O juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno suspendeu a delação premiada do servidor Thiago Basso.
A delação levou o Ministério Público Estadual (MPMS) a descobrir um esquema de corrupção no município de Sidrolândia (MS), sustentando a 2ª fase da Operação Tromper ('enganar', no francês).
Segundo o despacho, o cumprimento de cláusulas da colaboração está pendente.
Os autos foram encaminhados a arquivo provisório por 90 dias para reavaliação.
Se mantida a decisão, a delação perderá validade para a denúncia do MP.
EX-VEREADOR CLAUDINHO SERRA É CITADO NA DELAÇÃO
Thiago Basso acusou o ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia e ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra.
Ele teria cobrado 10% sobre todos os contratos firmados pela Prefeitura.
Os valores retornavam para Claudinho, segundo o delator.
Empresas como Coptec, Marcondes, 3M e Rocamora foram citadas no esquema.
Thiago afirmou que recebia ordens para emitir notas fiscais com valores inflacionados.
Estima que cerca de R$ 100 mil em notas frias eram emitidos mensalmente.
PREFEITURA FAVORECIA EMPRESAS ESPECÍFICAS
A prefeitura era obrigada a contratar a Rocamora, que respondia por 60% dos contratos.
Os demais 40% foram divididos entre Marcondes (30%) e 3M (10%).
O esquema teria começado em 2019 e se intensificado no governo da prefeita Vanda Camilo.
Vanda é sogra de Claudinho Serra e o nomeou secretário de Fazenda.
PROPINA E PRESSÃO

Ueverton da Silva Macedo, conhecido como Frescura, entregava pessoalmente os 10% para Claudinho.
Após sua entrada, Thiago passou a fazer essa entrega.
Fiscais de contrato eram pressionados a atestar notas fiscais.
Caso não atestassem, eram substituídos ou afastados do trabalho presencial.
Se indicados por vereadores, eram dispensados do serviço sem punição formal.
CARTAS-CONVITE
Thiago disse que as cartas-convite da prefeitura sempre favoreciam empresas indicadas por superiores.
Setores de compras recebiam ordens para não alterar os processos.
Tudo chegava pronto e previamente definido para favorecer o esquema corrupto.
A operação do Gaeco, denominada "Tromper", investiga um esquema de desvio de recursos públicos na Prefeitura de Sidrolândia.
Empresas como Rocamora, R&C Comércio e 3M receberam mais de R$ 13 milhões em contratos fraudulentos.
Os empresários Roberto Valençuela e Ueverton Macedo, conhecido como "Frescura", foram presos na segunda fase da operação.
O servidor Tiago Basso também foi detido por envolvimento no esquema.
Documentos foram apreendidos em setores da prefeitura, incluindo o gabinete da prefeita Vanda Camilo.