Quase 24 horas depois de um dos maiores sustos na vida da dona de casa Maria Vitorino dos Santos, de 51 anos, a preocupação com o neto Arthur, de 6 anos, ainda é forte. O menino foi vítima de cerol enquanto andava de bicicleta em um condomínio no Jardim Centro-Oeste, na Capital. A avó permitiu que o garoto fosse brincar pelo residencial e, por volta das 14h30 de ontem (15), a criança voltou sangrando, com corte profundo na garganta.
“Fiquei com muito medo de perder meu neto. Eu prefiro morrer a ver ele morto”, afirmou dona Maria ao Campo Grande News. Ela, o neto, um filho e a irmã de Arthur, de 1 ano e 4 meses, moram no condomínio há apenas dois meses. Segundo a avó, no local não é permitido que as pessoas soltem pipa o que indica que o responsável pelo ferimento da criança estivesse do lado de fora.
“Ele tem o costume de andar de bicicleta pelo condomínio, sempre peço para ele ter cuidado, e dessa vez depois de 10 minutos ele voltou machucado. Chegou na porta e deu um grito com a voz já fraquinha, ele estava todo ensanguentado e com um buraco no garganta”, conta.
Com ajuda de uma vizinha, que é enfermeira, a avó pegou o menino nos braços para levar ao hospital. “Tapei o buraco para tentar estancar o sangue, ele foi perdendo às forças, mas foi forte e só chegou a perder totalmente a consciência quando chegamos na Santa Casa”, relembra Maria.
As roupas que a avó usava no momento que o neto chegou ferido ao local ficaram manchadas de sangue. “Ele perdeu muito sangue e foi preciso tomar algumas bolsas para repor”.
De férias, o pequeno Arhur é descrito pela familiar como um menino alegre, carinhoso e que ama brincar. Andar de bicicleta é uma de suas atividades preferidas, tanto que era o que ele fazia no momento em que foi ferido. Apesar do estado de saúde da criança ainda ser grave, o quadro é considerado estável, conforme a avó.
À reportagem, o hospital afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que o menino está no CTI pediátrica sedado e entubado. Arthur se recupera de um procedimento cirúrgico realizado na noite de ontem pela cirurgia geral e vascular.
Para a família, o sentimento o sentimento ainda é de revolta. “Algo precisa ser feito, isso não pode ficar assim. É difícil falar sobre a pessoa que estava usando o cerol, o momento agora é de esperar em Deus e deixar que a Justiça toma conta”, afirma dona Maria ao mencionar que a família irá procurar a DEPCA (Delegacia Especializada em Proteção as Crianças e Adolescentes) para registrar o caso.
“Meu neto não morreu dessa vez, mas pode ocorrer com outro. É um alerta!”, conclui a avó.