O restaurante Cerrado Pantanal, abriu as portas na noite do sábado (3.jun.23), em Campo Grande (MS). O empreendimento será dedicado exclusivamente a servir pratos típicos das comitivas pantaneiras. Reportagem original do TeatrineTV.
“Idealizamos esse restaurante para cultivar nossa cultura. As pessoas perguntam qual é comida típica de Mato Grosso do Sul? E nós temos essa comida de peão que sempre existiu. A ideia é trazer a comitiva do Pantanal para dentro da cidade, para que no urbano as pessoas tenham a possibilidade de comer uma comida caseira, que remeta a infância, vão lembrar dos avós, fazemos tudo no fogão a lenha. Então, nosso principal objetivo é preservar e cultivar a cultura pantaneira”, introduziu o comerciante Michel Martinez, de 38 anos, idealizador da proposta.

Segundo Martinez, ao mesclar os biomas para dar nome ao restaurante, também está indicando que além de pratos típicos do Pantanal, os clientes poderão conferir pratos típicos o Cerrado. “Vão comer aqui também um arroz com pequi, que é lá de Goiás. Teremos na sexta, fixo, uma Moqueca Pantaneira, um peixinho frito. De quarta em diante teremos o arroz de comitiva, o macarrão frito de comitiva. Então, são pratos que não se tem em Campo Grande”, argumentou.

O proprietário, que também é consultor empresarial, disse que foi em suas andanças pelo estado que encontrou, em Coxim, o nicho pelo qual se seguiria seu empreendimento. “Comi lá em Coxim, uma comida de comitiva feita em uma praça. Aquilo despertou em mim o desejo de abrir um restaurante com esse nicho, porque já trabalhava dando consultoria a restaurantes e tenho alguns cursos voltados para área de cozinha. Quando comi naquela praça, eu decidi que deveria abrir meu restaurante para preservar aquela cultura, porque eu que sou do estado não sabia da existência daqueles pratos, daquelas culturas, não sabia que aquilo era um prato genuinamente sul-mato-grossense. E como os grandes restaurantes não apostam nisso, eu decidi que devo apostar para não deixar essa cultura e essas receitas deliciosas se perderem”, definiu.
Para trazer para dentro da cidade o verdadeiro prato pantaneiro, Michel contou com a consultoria do peão Júlio Pipoca, de 54 anos, da Comitiva dos Amigos de Coxim. E em parceria com o Senac, ao longo de 3 meses Júlio treinou as cozinheiras do restaurante de Michel.
“Essa comida é o arroz carreteiro, o macarrão frito, o feijão gordo, empamonado que é da tradição nossa de Coxim, vaca atolada, o quibebe, tem vários pratos... Tudo com carne seca, de Sol! É comida que dá sustância para viajar no estradão. Então estamos ensinando as cozinheiras aqui”, observou Júlio.
De acordo com o consultor, para aprender a fazer um prato pantaneiro o cozinheiro ou cozinheira, precisa de um adjetivo em especial. “A pessoa tem que ter amor! Tem que gostar de fazer, de cozinhar, aí ela pega [aprende] fácil. Cada um tem um tempero e para essa equipe do Michel, eu passei o meu tempero que o segredo do sucesso das comidas”.

(3.jun.23) - Panelas com comida de comitiva no fogão a lenha instalado no interior do restaurante Cerrado Pantanal, em Campo Grande (MS). Foto: Tero Queiroz | TeatrineTV
Há 8 anos cozinhando em comitivas, Júlio revelou que nesse período não encontrou restaurante com a proposta semelhante à do Cerrado do Pantanal. “Com essa pegada aqui, de valorizar nossa comida pantaneira como principal, eu só conheço o Cerrado do Pantanal”, completou.
Leia essa reportagem completa AQUI no TeatrineTV.











