Quase metade dos pacientes com câncer no SUS não recebe diagnóstico ou tratamento dentro do prazo legal.
A Lei nº 12.732/2012 estabelece que o diagnóstico deve ser feito em até 30 dias e o tratamento iniciado em até 60 dias.
Entretanto, entre 2018 e 2022, 42% dos diagnósticos foram feitos após os 30 dias estabelecidos.
Além disso, 46% dos pacientes começaram o tratamento após os 60 dias previstos.
O câncer de próstata é um dos mais afetados, com 7 em cada 10 pacientes aguardando além do limite legal.
Esses atrasos podem impactar diretamente as chances de sucesso no tratamento e a sobrevida dos pacientes.
A sobrecarga do sistema de saúde e a falta de infraestrutura são apontados como causas principais dos atrasos.
A desigualdade regional também é um fator que contribui para a demora no diagnóstico e tratamento.
Em alguns estados, o acesso a tratamento precoce é mais difícil, agravando a situação.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, propôs uma parceria com hospitais privados e planos de saúde.
O objetivo é acelerar o acesso a consultas, exames e tratamentos, especialmente em casos mais graves.
Embora a iniciativa seja positiva, especialistas alertam para a necessidade de planejamento adequado.
É fundamental que o investimento em infraestrutura seja aliado à manutenção da qualidade do atendimento.
Os atrasos no tratamento do câncer são um desafio persistente para o sistema de saúde brasileiro.
Medidas efetivas e rápidas são necessárias para garantir o cumprimento dos prazos legais e salvar vidas.