26 de julho de 2024
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BRAÇOS CRUZADOS

Juiz nega pedido da prefeitura e professores seguem em greve

1º dia grevista levou 3 mil educadores às ruas da Capital; Magistrado não vai reconsiderar decisão até que ouça o Sindicato

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Os profissionais da educação pública da Rede Municipal de Ensino (Reme) de Campo Grande (MS) iniciaram nesta 6ª.feira (2.dez.22) o movimento grevista e devem continuá-lo até o dia 9 de dezembro. Em decisão nesta 6ª, o desembargador Sérgio Fernandes Martins, negou o pedido de liminar movido pelo Executivo Municipal que tentava declarar a greve ilegal.  

O juiz disse que não vai reconsiderar decisão até que ouça o Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), que já foi intimado. 

A ACP confirmou que foi notificada pela justiça: "Logo no início da manhã desta sexta-feira, a ACP foi notificada pelo Tribunal de Justiça (TJMS) sobre a ação que a prefeitura ingressou na quinta-feira, pedindo que a greve seja considerada ilegal e, em caso de concessão de liminar, seja aplicada multa diária de R$ 100 mil", comunicou a entidade em seu site oficial. 

Martins determinou que a ACP se manifeste sobre o pedido cautelar, no prazo de cinco dias.

Na oitiva, a justiça questionará os professores sobre qual será o quantitativo de educadores que vão cruzar os braços. 

Como já mostramos aqui no MS Notícias, que a greve ocorre em razão da prefeitura não ter cumprido a correção salarial de 10,39% comprometida no início do ano, pelo então prefeito Marquinhos Trad (PSD).

A correção salarial visa perfilar-se a Lei Municipal n. 6.796/2022 que estabelece a política salarial do Piso 20h da Reme.

O primeiro dia da greve foi marcado por uma grande passeata que reuniu mais de três mil pessoas no centro da capital sul-mato-grossense.

“Estamos na luta em defesa do cumprimento da Lei do Piso e da valorização dos profissionais da educação da Reme. Chega de desrespeito! Nossa greve é legítima, tanto que a justiça não concedeu a liminar para a prefeitura e definiu um prazo de cinco para a ACP se manifestar. Nós seguimos na luta, em greve e cobramos a aplicação da correção de 10,39% e o cumprimento integral da Lei do Piso 20h”, afirmou o presidente da ACP, professor Lucilio Nobre.

Antes da greve, a prefeitura tentou fazer um acordo com a categoria, tendo oferecido a possibilidade de um reajuste de 4,73%, mas os professores votaram em Assembleia que tal reajuste é muito abaixo do valor comprometido em lei.

CRONOGRAMA GREVISTA 

Na segunda-feira (5.dez.22), a categoria se concentra, a partir das 8h, em frente à prefeitura de Campo Grande para cobrar reunião com a prefeita Adriane Lopes.

Na terça-feira (6.dez.22), a agenda de greve será na Câmara Municipal, onde a ACP já solicitou o uso da tribuna para falar sobre o movimento da categoria e cobrar o apoio de parlamentares para o cumprimento da Lei do Piso 20h da Reme. Novas ações de greve serão definidas pela categoria a partir da 3ª.feira.