05 de maio de 2024
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OBRA "ELEFANTE BRANCO"

Só em 2022: Conclusão do Aquário do Pantanal está "nas mãos" de Johson e Agesul

Com 10 anos de atraso na obra, Lama asfáltica e mortes de peixe, Centro de Pesquisa, já foi adiado em 2021 durante visita de Bolsonaro

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Saga de mais de uma década em Mato Grosso do Sul, a conclusão da obra - que por tempos ficou conhecida como "elefante branco de MS" - do aquário do Pantanal está nas mãos da empresa Johnson Controls Be do Brasil Ltda, mas antes disso da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), para não sofrer mais um adiamento. 

De acordo com o edital, a Johnson Controls só pode começar sua execução - que terá o tempo de sete meses para ser concluída - após emissão da  Ordem de Início dos Serviços pela Agesul. Já em 2021 as obras do Aquário sofreram mais um adiamento, 

ENTENDA

Criado em 2011 na intenção de ser o maior aquário de água doce do mundo e a maior construção turística de Campo Grande, o Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira sofreu vários adiamentos e prejuízos desde então. 

Ainda no governo de André Puccinelli, a obra lançada deveria ficar pronta apenas dois anos depois, em 11 de outubro de 2013. Licitada em  R$ 84,7 milhões, os gastos passaram de 250 milhões, sendo que agora, os recursos para pagamento do contrato são do Tesouro. 

Em 2015 a obra foi interrompida em janeiro, quando o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) tomou posse para cumprir seu primeiro mandato, para ser retomada em abril e para ser paralisada novamente só três meses depois, com o desencadeamento da Operação Lama Asfáltica, que teve como alvo os contratos da gestão Puccinelli e da empreiteira responsável pela maior parte dos serviços.

Ainda em 2015, foi divulgado pelo mídia nacional que mais de 6 mil peixes, que iriam para o Aquário do Pantanal, morreram subitamente, caso que continua impune, mesmo com pedido de indenização pela morte dos animais está na 1ª Vara de Direitos Difusos, desde janeiro de 2016. 

Só em novembro de 2018 os trabalhos foram retomados. Prometida em janeiro deste ano para o final de 2021, apenas cinco meses depois o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, anunciou o adiamento alegando "uma licitação mais complicada" que precisou ser refeita no início do ano. 

Riedel garantiu na oportunidade, marcada pela cerimônia de posse de terras a assentados, em Terenos (MS), que contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que as obras seriam finalizadas até abril de 2022. Diante do prazo de sete meses para conclusão, imposto à Johnson, a Agesul tem até outubro deste ano para emissão da ordem de início de serviços

Em março deste ano, segundo informações do Portal G1 MS, apenas duas frentes de execução (de 12) estão concluídas, sendo a Substituição dos Vidros e Cobertura Metálica. 

Concluído processo de licitação, Sistema de Suporte à Vida (SSV), assim como Elétrica e Automação, passam para a lista que já tinha outras seis frentes em execução. Impermeabilização e Cenografia dos Tanques, PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho), Climatização, Estrutura Metálica (Passarela) e Revestimento de Alumínio Composto - ACM (Forro e Monocapa). 

Questionada pela equipe do MS Notícias, até o fechamento da matéria, a Agesul não se posicionou quanto ao prazo para emissão da Ordem de Início dos Serviços.