A empresa Tecnika Construção e Locação de Equipamentos LTDA (CNPJ: 32.084.805/0001-57), cujo proprietário é Rinaldo Córdoba de Oliveira, é citada como peça chave em suposto esquema de fraudes em processos licitatórios investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc). A íntegra.
A construtora foi contratada pela Prefeitura de Terenos (MS) para realizar obras de asfaltamento no bairro Jardim América, local onde reside o então prefeito Henrique Wancura Budke (PSDB), que foi preso nesta 3ª feira (9.set.25), durante a deflagração da Operação Spotless.
CONTRATOS SOB SUSPEITA
A Tecnika firmou contrato no valor de R$ 321.593,33 em novembro de 2023, com o objetivo de executar pavimentação asfáltica no bairro mencionado. A concorrência para este contrato apresentou uma diferença de apenas 0,7% entre as propostas, o que chamou atenção dos investigadores.
Nos meses seguintes, a empresa firmou mais um contrato com o município, desta vez no valor de R$ 1.184.433,21, para obras de recapeamento e sinalização viária. O edital previa originalmente R$ 2,4 milhões, levantando suspeitas sobre possível direcionamento da licitação.
Atualmente, a Tecnika soma cerca de R$ 1,5 milhão em contratos com o poder público municipal de Terenos.
OPERAÇÃO SPOTLESS
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), a Operação Spotless tem como base provas obtidas durante a Operação Velatus, deflagrada em agosto de 2024. As investigações apontam que a prefeitura foi usada como base para uma organização criminosa estruturada, que atuava para manipular licitações em benefício de empresas previamente escolhidas.
O grupo, segundo o Gaeco, era liderado pelo próprio prefeito Henrique Wancura, e contava com núcleos operacionais compostos por servidores públicos e empresários. Entre as práticas identificadas estão:
- Elaboração de editais sob medida, simulando concorrência legítima;
- Fraude no caráter competitivo das licitações;
- Pagamento de propinas para servidores responsáveis por atestar falsamente a execução de serviços ou recebimento de produtos;
- Aceleração de trâmites administrativos para liberação de pagamentos às empresas envolvidas.
As fraudes teriam gerado prejuízos estimados em mais de R$ 15 milhões aos cofres públicos apenas no último ano.
PRISÕES E MANDADOS
A operação foi executada com apoio da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, por meio do Batalhão de Choque (BPChoque) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Foram cumpridos:
- 16 mandados de prisão preventiva;
- 59 mandados de busca e apreensão nos municípios de Terenos e Campo Grande.
Até o momento, o MPMS não divulgou a lista completa de presos.











