O secretário de Administração e Finanças de Bonito (MS), Edilberto Cruz Gonçalves, conhecido como Beto Caveira, teve a prisão preventiva decretada.
A ordem judicial foi emitida pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, do Núcleo de Garantias.
A prisão foi cumprida na 3ª feira (7.out.25), durante a Operação Águas Turvas, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
Beto Caveira é suspeito de chefiar uma organização criminosa voltada à fraude de licitações e contratos públicos.
Outros dois investigados também foram presos: o arquiteto Carlos Henrique Sanches Corrêa e Luciene Cíntia Pazette — essa segunda, também esposa do vereador vereador, Pedro Aparecido Rosário (PSDB), o Pedrinho da Marambaia, que inclusive lhe homenageou com moção congratulação na Câmara, no dia 29 de setembro deste ano.
Corrêa é proprietário da empresa Sanches e Corrêa, que teria sido beneficiada diretamente no esquema.
Um quarto suspeito, empresário ainda não identificado, também teve prisão decretada, mas permanece foragido.
Segundo o MP, ele atuava como beneficiário direto dos contratos fraudulentos firmados com a prefeitura.
A operação é conduzida pela 1ª Promotoria de Justiça de Bonito, com apoio do Gaeco e do Gecoc.
Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Bonito, Campo Grande, Terenos e Curitiba (PR).
Os alvos foram empresas, residências e locais ligados aos suspeitos e ao esquema investigado.
SECRETÁRIO REINCIDENTE
Edilberto Cruz assumiu a Secretaria de Finanças em dezembro de 2020, durante a formação da equipe do atual prefeito.
Esta não é a primeira vez que o secretário se envolve em problemas com a Justiça.
Em abril de 2024, como mostramos aqui no MS Notícias, ele foi preso por dirigir embriagado e desacatar policiais na rodovia MS-178.
Na ocasião, recusou o teste do bafômetro e apresentava sinais evidentes de embriaguez.
Pagou fiança no valor de R$ 4.236 e foi liberado com imposição de medidas cautelares.
Entre elas, estava a proibição de deixar a cidade por mais de 30 dias sem autorização judicial.
ÁGUAS TURVAS EM BONITO
A Operação Águas Turvas investiga crimes como organização criminosa, corrupção, fraudes e lavagem de dinheiro.
As fraudes teriam início em 2021, quando Josmail Rodrigues assumiu a prefeitura de Bonito.
O prefeito, inicialmente filiado ao PSDB, migrou para o PL em setembro deste ano.
De acordo com o MPMS, o grupo manipulava processos licitatórios para favorecer empresas previamente escolhidas.
As simulações de concorrência e exigências direcionadas garantiriam o êxito das empresas ligadas ao grupo.
Servidores públicos são acusados de repassar informações privilegiadas e facilitar os trâmites internos.
Em troca, segundo os investigadores, os agentes públicos recebiam vantagens financeiras recorrentes.
O valor total dos contratos suspeitos já ultrapassa R$ 4,3 milhões, conforme estimativas preliminares do MP.
A operação em Bonito ocorre menos de um mês após a prisão do prefeito de Terenos, Henrique Wancura (PSDB), também por fraudes em licitações.
As investigações seguem em andamento e novas fases da operação não estão descartadas.
O QUE DISSE A PREFEITURA DE BONITO?

Confira a nota da prefeitura de Bonito sobre a Operação Águas Turvas:
A Prefeitura de Bonito vem a público esclarecer que, em relação à Operação Águas Turvas, realizada nesta terça-feira (07), foram adotadas todas as medidas necessárias para garantir pleno acesso aos objetos do mandado de busca, em total colaboração com as autoridades competentes.
Reforçamos que a administração municipal sempre pautou suas ações pela legalidade, ética e transparência junto à população.
A Prefeitura permanece à disposição das autoridades responsáveis para fornecer todas as informações e documentos necessários ao devido andamento das investigações.











