28 de março de 2024
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Bernal manda funcionarios da prefeitura para protesto na camara

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Os moradores da favela Cidade de Deus II cancelaram a manifestação que fariam em frente à prefeitura e retornam para o bairro na região norte de Campo Grandes nos três ônibus da viação Canarinho fretados pelo prefeito Alcides Bernal, de acordo com informações da líder do movimento Veronilce da Silva Monteiro, conhecido como Verinha. O protesto que tomou conta da Câmara dos Vereadores na manhã de hoje foi claramente orquestrado pelo prefeito Alcides Bernal na tentativa de adiar a votação do projeto de suplementação orçamentária enviado pelo executivo municipal que solicita um adicional de R$ 108 milhões no orçamento de 2014. “É nítida a orquestração desse protesto assim como ocorreu na quinta-feira passada quando os moto-taxistas vieram até à Câmara”, afirma o presidente da Câmara Mário Cesar. Muitos manifestantes confirmaram que foram orientados por assessores do prefeito a se deslocar hoje pela manhã até à Câmara de Vereadores para reivindicar casas populares que deveriam ser cedidas pela EHMA (Agência Municipal de Habitação). Verinha, líder do grupo confirmou que o prefeito pediu a ela “que levasse seu povo até à Câmara para ajudá-lo em troca da liberação das casas”. O presidente da Casa, Mário César declarou que a Câmara não irá se render à pressão popular orquestrada por Bernal. “Fico triste em saber que o prefeito na omissão, na inobservância do que ele deve fazer coloca as pessoas para reivindicar a execução do trabalho dele”, afirma Mario. Além da população da favela Cidade de Deus II, Bernal usou do “poder de chefe” e enviou funcionários da prefeitura para engrossar a massa de protesto. O vereador Flávio Cesar afirmou em plenário que reconheceu me meio aos manifestantes uma funcionária da SAS (Secretaria de Assistência Social) chamada Rosilene e um funcionário da prefeitura chamado Valdir Gomes. Funcionários da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) também foram identificados pelos vereadores. Outra manifestante que chamou a tenção dos vereados foi a irmão do secretário municipal de cultura Júlio Cabral. Sônia, irmã de Cabral, era uma das líderes do movimento que carregava cartazes com dizeres “Respeite meu Voto” e “Bernal você me representa”.  Sônia não se identificou como irmã do secretário e foi flagrada pela reportagem em conversa particular com o vereador Alceu Bueno (PSL). Nenhum dos dois responderam à reportagem. A atitude do prefeito foi criticada pela maioria dos vereadores e gerou discussões entre integrantes da base e da oposição. Alex do PT e Carla Stephanini (PMDB) discutiram quando Alex criticou o governo do PMDB estadual e municipal, referindo-se  ao governador Andre Puccinelli e ao ex-prefeito Nelson Trad Filho.