30 de abril de 2024
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FUGIU PARA OS EUA

"Bob Jef" é preso e ex-ministro bolsonarista diz "amanhã serei eu"

"Hoje foi o Bob Jeff, amanhã serei eu", disse ex-ministro que "fugiu" para os EUA após processos judiciais por diversos crimes

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Ex-deputado Roberto Jefferson, o pivô do escândalo do mensalão, em 2005 foi preso hoje (13.ago) pela Polícia Federal (PF) acusado de montar uma milícia digital para defender Jair Bolsonaro e atacar as instituições democráticas. O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, que está morando no exterior, disse em post: "o próximo serei eu". Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub foi um dos primeiros integrantes da equipe de campanha de Jair Bolsonaro e responsável por contribuir com a elaboração do Plano de Governo. 

Chamando o colega pelo apelido "Bob Jeff", o ex-ministro disse: "Você não gosta do Bob Jeff? OK! Ele fala e faz coisas com as quais não concordamos? SIM! Desta vez, ele foi preso por corrupção ou algo concreto? O inquérito do STF tem tipificação precisa? É constitucional? O problema: Hoje foi o Bob Jeff, amanhã serei eu e, em breve, será VOCÊ!", disse o bolsonarista, criando a narrativa de que as milícias digitais são "direito de expressão" e não criminosas, como estão tipificadas.  

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Apesar da afirmação, em uma ação orquestrada, Abraham Weintraub, conseguiu "fugir" da Justiça brasileira em de julho de 2020. Mesmo com as fronteiras EUA fechadas para brasileiros, o ministro usou um passaporte diplomático para entrar no país. A viagem ocorreu antes que sua exoneração saísse no Diário Oficial da União no sábado (20.julho.20), por volta de 12h, o que lhe garantiu evitar a quarentena imposto pelos Estados Unidos a turistas.

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Atualmente o ex-ministro é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que apura ataques a membros do STF e pelo crime de racismo contra cidadãos chineses. Na sexta-feira (19.jul.20), parlamentares da oposição chegaram a protocolar no STF um pedido de apreensão do seu passaporte para evitar que ele saísse do Brasil, o que parece ter apressado sua saída.

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A gestão de um ano e dois meses de Weintraub à frente do MEC foi marcada por ataques, conflitos e deboche. O economista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), patrocinou o mais violento ataque à autonomia universitária através do Future-se e diversas portarias. Seu mandato foi marcado pelo contingenciamento de verbas para as instituições de ensino superior, corte em bolsas da Capes na área de Ciências Humanas e Sociais. Também fez parte do seu legado, ataques racistas aos povos indígenas, a xenofobia contra os chineses, a censura com declarações incitando estudantes a filmar professores em sala de aula. Weintraub também acusou as instituições de fazerem "balbúrdias" e de ter plantações de substâncias ilícitas como maconha e produzirem metanfetaminas nos laboratórios de Química.