20 de abril de 2024
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GOVERNO

Bolsonaro diz que não tem o povo ao seu lado e se iguala a Jânio Quadros

Presidente se torna um dos mais bizarros da história; ao lado de Jânio Quadros

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EDITORIAL - “Um presidente pode muito, mas não pode tudo. Só posso tomar certas decisões com o povo ao meu lado”, a fala é do presidente da república Jair Bolsonaro, proferida ontem (2.abril) em entrevista à rádio Jovem Pan. Bolsonaro também usou a plataforme favorável ao seu governo para atacar o seu ministro da Saúde, o sul-mato-grossense Luiz Henrique Mandetta.  Chegou a dizer que falta “humildade” ao ministro para conduzir as ações no ministério.

 “Ele já sabe que a gente tá se bicando há algum tempo”, disse o presidente, em entrevista ao vivo ao programa Os Pingo nos Is.

Bolsonaro conduz a nação brasileira como uma criança mimada que não pode ser contestada. E que quando é contestado, se usa de sua influência para jogar o problema criado por ele para que o povo resolva. A frustração de Bolsonaro é com o discurso de manutenção da quarentena feita pelo auxiliar. Quando perguntado porque não impõe seu desejo, o presidente relutou. “Tenho um projeto pronto na minha frente, para ser assinado, considerando atividade essencial toda aquela exercida por homem ou mulher, que seja indispensável para que ele leve o pão para a casa todo dia.” Seria uma volta à rotina normal. Mas afirmou que não assinará ainda, pois não tem apoio suficiente do povo.

A doença de Bolsonaro é baixa autoestima. Ele sofre por ter fracassado no quartel é ser considerado o político mais sem instrução no mundo. Ele governa a nação sem conhecer sequer a máquina política e sem reconhecer que ele viveu e ganhou muito dinheiro durante mais de 30 anos na política. Ele e seu filhos fizeram da política meio de enriquecimento. Agora, por último, a mãe dos três filhos também entrará para o ramo, vai tentar eleger-se como vereadora no Rio de Janeiro. 

Mas não é a primeira vez que o Brasil tem, no poder, um presidente cujo comportamento vai do excêntrico ao bizarro — antes, houve Jânio Quadros, também ele eleito por um movimento popular, de massas, pela direita. Foi o vigésimo segundo presidente do Brasil, entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961, data em que renunciou.