20 de abril de 2024
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"RACHADINHA"

Ex-assessora de Flávio Bolsonaro põe provas da 'rachadinha' que movimentou R$ 6 milhões

Só Luiza, uma das integrantes do esquema, pagou cerca de R$ 155 mil à Queiroz

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O Fantástico trouxe à tona na edição deste domingo (8.nov.2020) mensagens de texto da ex-assessora de Flávio Bolsonaro, Luiza Souza Paz, que segundo o jornal, pode ser a peça chave que levou o Ministério Público a denunciar o senador do Republicanos por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.Segundo a denúncia do Ministério Público, o esquema das rachadinhas movimentou cerca de R$ 6 milhões ao longo de 11 anos. O então deputado Flávio e a mulher, Fernanda Bolsonaro, usaram dinheiro vivo para pagar empregados, passagens aéreas, quitar contas e comprar apartamentos.

A denúncia revela provas da investigação que durou mais de dois anos sobre o caso das supostas “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Segundo revelou os investigadores, funcionários da Alerj devolviam parte dos salários à Fabrício Queiroz, ex-assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro e suposto operador do esquema.

Só Luiza, uma das integrantes do esquema, pagou cerca de R$ 155 mil à Queiroz. A ex-assessora ficava com, no máximo, R$ 800, dos salários, que chegaram a R$ 4 mil. 

Segundo a reportagem do Fantástico, Luiza era uma funcionária fantasma, e não era a única. Além dela, outros 11 assessores ligados a Flávio Bolsonaro transferiam boa parte dos salários que recebiam na Alerj para Fabrício Queiroz, e seriam parte do “núcleo executivo” do esquema. A base de toda a movimentação financeira que o MP chamou de organização criminosa.

Um outro núcleo, chamado pelos investigadores de “operacional”, reunia Fabrício Queiroz, quem de fato mexia com o dinheiro; e Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete de Flávio tanto na Assembleia Legislativa do Rio, quando era deputado estadual, quanto até o momento no Senado, responsável por gerir os assessores.

De acordo com a denúncia, só depois de passar por esse “núcleo operacional” os recursos chegavam até Flávio, que o MP chama de “núcleo político”.

*Com Estadão.