07 de dezembro de 2025
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SOBERANIA

Governo Lula lança plano Brasil Soberano para empresas afetadas pelo tarifaço do Trump

Linha de crédito é de R$ 30 bilhões

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O governo Lula (PT) apresenta nesta 4ª feira (13.ago.25) o plano Brasil Soberano, voltado a apoiar empresas afetadas pela sobretaxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A iniciativa prevê medidas emergenciais e estruturais para minimizar os impactos econômicos.

Entre as ações está a criação de uma linha de crédito de até R$ 30 bilhões, destinada a empresas mais dependentes das exportações para os EUA. A avaliação foi feita individualmente, considerando a vulnerabilidade de cada companhia dentro de seus setores.

O presidente Lula já havia antecipado que o pacote daria prioridade a pequenas empresas e exportadores de produtos como tilápia e mel. As medidas estão formalizadas em uma MP (medida provisória), com vigência imediata.

Além do crédito, o plano inclui diferimento de tributos e reformulação do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), voltado a reduzir riscos em operações de crédito para vendas ao exterior. A intenção é modernizar os instrumentos de apoio à exportação.

O anúncio será realizado no Salão Leste do Palácio do Planalto, com a presença de ministros, secretários e parlamentares aliados ao governo. Lula convidou os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, para discursarem no evento.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida contém ações estruturais para fortalecer a exportação brasileira. “Estamos modernizando o FGE e oferecendo instrumentos para empresas de todos os portes”, disse Haddad à imprensa na segunda-feira (11).

A estratégia do governo também envolve diversificação de mercados, buscando novos destinos para empresas que dependem das exportações aos EUA. A MP estabelece ainda exigências de manutenção de empregos para acessar os recursos, com flexibilizações para casos mais críticos.

O tarifaço americano, anunciado em 9 de julho, excluiu cerca de 700 itens brasileiros, principalmente aeronaves e derivados de petróleo, mas atingiu produtos importantes como café e carne. A motivação declarada pelo decreto citou o ex-presidente Jair Bolsonaro e questões políticas internas.

Desde então, o governo brasileiro tem mantido diálogo com empresários de diversos setores, incluindo indústria, alimentos e tecnologia. As demandas enfatizam urgência na mitigação dos efeitos negativos sobre produção e empregos.

O anúncio de hoje é fruto dessas negociações, coordenadas pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. Ele também buscou contato institucional com os EUA, apesar das dificuldades em reverter a sobretaxa imposta.