19 de junho de 2025
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'PUXADINHO DOS EUA'

Imitando Trump, Milei restringe a presença de estrangeiros na Argentina

O texto aponta que, nos últimos 20 anos, 1,7 milhão de imigrantes entraram ilegalmente no país

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O mandatário da Argentina, Javier Milei, anunciou mudanças nas regras de imigração do país, com medidas que restringem a presença de imigrantes. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira, 14 de maio de 2025.

A partir de agora, será exigido pagamento pelos serviços de saúde de residentes transitórios, temporários e irregulares. Além disso, turistas deverão contratar um seguro de saúde para entrar no país.

O governo justificou a medida citando os custos com assistência médica a estrangeiros, que em 2023 somaram 114 bilhões de pesos. A intenção é garantir a sustentabilidade do sistema público de saúde, que, segundo o comunicado, tem sido financiado pelos cidadãos argentinos.

Outra mudança é a autorização para que universidades nacionais possam cobrar taxas dos residentes temporários nos cursos universitários.

A Carta de Cidadania, documento que concede residência permanente, será agora concedida a quem comprovar dois anos de residência contínua ou realizar um investimento significativo no país. Será exigida também a comprovação de meios de subsistência e a ausência de antecedentes criminais.

O novo decreto também proíbe a entrada de estrangeiros com antecedentes criminais e determina a deportação daqueles que cometerem crimes no território argentino, independentemente da pena. Isso inclui infrações com penas inferiores a cinco anos, que antes não eram motivo de recusa ou expulsão.

O Decreto de Necessidade e Urgência visa reestruturar o regime migratório, segundo o governo.

O texto aponta que, nos últimos 20 anos, 1,7 milhão de imigrantes entraram ilegalmente no país, o que, de acordo com a administração de Milei, foi facilitado por políticas populistas. A medida adotada pelo extremista de direita segue a tendência do seu "ícone", chefe de Estado nos Estados Unidos, Donald Trump.

Prova disso é que, quando Manuel Adorni (porta-voz do governo Milei) fez o anúncio nesta quarta-feira, utilizou um lema característico de Trump, que sustenta a ambição de tornar a "América grande novamente". Adorni afirmou que a iniciativa anunciada busca "tornar a Argentina grande novamente". A atitude elevou a Argentina a uma espécie de "puxadinho ideológico" dos EUA.