26 de março de 2025
Campo Grande 32ºC

BRASIL

Lula é pressionado pelo 'Centrão' e deve fazer reforma ministerial

Decisão deve ser anunciada até o Carnaval

A- A+

Líderes do centrão, embora descartando um possível desembarque do governo Lula, aumentaram a pressão sobre o presidente para concluir a reforma ministerial, após uma pesquisa Datafolha mostrar uma queda significativa na sua aprovação.

As especulações sobre uma reforma ampla circulam desde o segundo semestre de 2024, e membros da base aliada começam a temer que, com a crise de popularidade, o interesse de parlamentares em assumir ministérios possa diminuir.

A aprovação de Lula despencou de 35% para 24% em dois meses, enquanto a reprovação subiu para 41%, gerando um cenário de mal-estar entre os aliados e colocando em risco a aprovação das pautas do governo.

A urgência na reforma ministerial é motivada por dois fatores principais: o desgaste de ministros que estão sob constante especulação e a aproximação do prazo de desincompatibilização, previsto para abril de 2026, o que limita o tempo para novos ministros se prepararem.

Conforme a Folha de São Paulo, aliados de Lula sugerem que a reforma seja realizada até o Carnaval, quando o Congresso ainda está em período de recesso, para evitar um início de ano legislativo problemático. Há também uma pressão para que a reforma seja mais profunda, refletindo uma mudança estrutural que possa melhorar a imagem política de Lula, dada sua crescente fragilidade.

No cenário político, o centrão sugere mudanças no Palácio do Planalto, com a possível troca de ministros como Rui Costa (Casa Civil) e Nísia Trindade (Saúde), e a substituição de Alexandre Padilha por alguém mais alinhado ao Congresso nas Relações Institucionais.

Além disso, defendem alterações em pastas como Desenvolvimento Social, Agrário e Educação, onde acreditam haver falhas nas políticas sociais. No entanto, mesmo com essas especulações, as mudanças na estrutura ministerial não são vistas como uma solução imediata para a queda de popularidade de Lula.

A avaliação é de que é necessário um foco maior em ações que atendam as necessidades da população, como a redução dos preços dos alimentos e o avanço na reforma do Imposto de Renda. A estratégia é usar as reformas para blindar o governo e garantir o apoio legislativo necessário.