20 de abril de 2024
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Mario Cesar renuncia ainda hoje ao cargo de vereador

Fontes confirmam a articulação de golpe já anunciado pelo MS Notícias, e desmentido pelo presidente afastado da Câmara Municipal de Campo Grande: Mario Cesar renuncia ao mandato de vereador.

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Conforme antecipado pelo MS Notícias, na matéria de 23 de setembro, sob o título “Câmara toma gosto por golpe e agora vereador articula derrubar Flávio César da presidência”, ainda que o advogado Leonardo Saad Costa tenha afirmado de que “Mario não estaria disposto a renunciar neste momento, tendo outras prioridades a serem resolvidas, e que a renúncia não é algo que está sendo discutido no momento”, fontes confirmam que o ex-presidente da Câmara deverá apresentar seu pedido de renúncia ainda hoje (28).

Reafirmando uma articulação com viés golpista, Mario Cesar, renunciando ao mandato, forçaria uma nova eleição no prazo de 30 dias. Essa manobra teria sido orquestrada pelos vereadores João Rocha (PSDB), que pretende ser o nome de consenso para assumir a presidência da Mesa Diretora, apoiado por Paulo Siufi (PMDB), Jamal Salém (PR), Edil Albuquerque (PMDB), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Airton Saraiva (DEM), que levariam a rodo os novatos ou menos articulados vereadores do PSD, PRB, PRTB, PSB, PTB e SD, além de Dr. Loester e Magali Picarelli (ambos do PMDB).

João Rocha conseguiria apoio e força política do governo Estadual comandado por Reinaldo Azambuja, dando em troca seu silêncio e blindagemcontra qualquer menção ao nome da vice-governadora, Rose Modesto (PSDB – vereadora que também votou pela cassação de Bernal) e do líder do governador na Assembleia Legislativa e irmão da vice-governadora, deputado Rinaldo Modesto que, na mesma frequência da Rádio Café, um dos articuladores do golpe.

João Rocha foi líder oficial do prefeito Gilmar Olarte no início de sua gestão, depois, a partir da liderança haver passado para Edil Albuquerque (PMDB) passou a atuar como líder não oficial. Hoje preside, além da Comissão de Ética recém criada, também da Comissão Processante que irá julgar Olarte.

Desgaste

O vereador Mario Cesar não teria conseguido sobreviver ao desgaste da arraigada certeza, que os eleitores têm, de golpe político contra o prefeito eleito Alcides Bernal (PP), e também não contava ser abandonado, como foi, pelos vereadores que aparentemente lhe davam apoio durante sua passagem pela presidência.

A Câmara entrou num período de desgaste profundo que teve início com as CPIs instauradas contra Bernal pelo suposto não pagamento de fornecedores, que mais tarde foram investigados de corromper vereadores para a cassação do prefeito e, posteriormente, pela antecipação das eleições da Mesa Diretora, permitindo que Mario Cesar viesse a ser eleito em caso de afastamento do prefeito empossado, Gilmar Olarte (PP por liminar), hoje réu por corrupção e lavagem de dinheiro.

A criatura e o criador

A articulação, para a ascensão de Mario Cesar à Prefeitura da Capital, “fez água” a partir do jogo duro feito pelo prefeito empossado, que usou o golpe para manter nas cordas os vereadores, numa clara “moeda de troca”: se vocês sabem, eu também sei, na síntese mais exata de Cría cuervos, y te sacarán los ojos (Cria corvos e eles te arrancarão os olhos).

Agora, o vereador e presidente afastado da Câmara Municipal, parece pretender jogar a toalha até que o fim do vendaval faça assentar a poeira, ou abandonar de vez suas pretensões políticas, até porque, tantas fez que foi abandonado pelos “senhores” do PMDB.

Em resposta ao MS Notícias, o advogado Leonardo Saad Costa não desmentiu a informação, e declarou que irá conversar com o vereador durante o almoço, quando então terá uma posição oficial.