14 de novembro de 2024
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EX-PM

Miliciano ligado a Flávio Bolsonaro escapa de Operação policial

Ex-capitão do Bope está foragido há 1 ano; Flávio Bolsonaro afirmou que a primeira prisão do ex-policial era injustiça

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EDITORIAL | MS NOTÍCIAS: Na última sexta-feira (31), uma operação da polícia baiana com a carioca falhou ao tentar capturar o ex-capital da PM Adriano Magalhães da Nobregas, 42 anos, que está foragido suspeito de comandar a mais antiga milícia em atuação no Rio de Janeiro, com forte atuação em Rio das Pedras e Muzema, e também um nomes que figura entre os suspeitos de praticar “rachadinha” no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (sem partido), filho do presidente Jair Bolsonaro, no entanto, até Jair já defendeu em 2005 o ex-capitão, na Câmara dos Deputados, quando Adriano foi condenado por um homicídio, que acabou sendo absolvido em julgamento. 

O ex-PM é um dos 13 alvos de uma operação deflagrada em 22 de janeiro de 2019 pelo Ministério Público. A mãe do ex-PM, Raimunda Veras Magalhães, e a mulher dele, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, deixaram o gabinete de Flávio, em 13 de novembro de 2018. Elas ocupavam um mesmo cargo e ganhavam R$ 6.490,35 mensais cada uma, a informação foi adiantada pela Rede Globo. 

A tentativa fracassada de prender o ex-PM foi encabeçada pela Polícia Civil dos dois estados.  A polícia justificou que o suspeito não estava no local, só sua mulher, Júlia Melo, e duas filhas do casal, uma de 17 anos, outra de 7. Elas estariam passando férias no endereço.

O suspeito já foi capitão do Bope, e está foragido há mais de um ano, desde o fatídico 13 de novembro de 2018, quando a operação foi desencadeada para acabar com atuação da milícia em Muzema.  Além de acusado da pratica de crimes de lavagem de dinheiros, o ex-policial é teria envolvimento com diversos homicídios no Rio e seria sócio no jogo de máquinas caça-níqueis. Chamado até de "patrão" por membros da milícia de Rio das Pedras.

O foragido teria seguido para o Nordeste do Brasil, segundo informações repassadas à Polícia Civil.

Na semana passada, reportagem da Folha mostrou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob o comando do ex-juiz Sergio Moro, não incluiu o ex-capitão Adriano na lista dos mais procurados do Brasil.

De acordo com a pasta, ele não foi incluído porque "as acusações contra ele não possuem caráter interestadual, requisito essencial para figurar no banco de criminosos de caráter nacional", reportou a Folha de S. Paulo. 

De acordo com o Ministério Público, contas bancárias controladas por Adriano foram usadas para abastecer Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador, suposto operador do esquema no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro. Queiroz é amigo do presidente da República.

Enquanto o ex-PM estava preso preventivamente pelo crime, foi condecorado por Flávio com a Medalha Tiradentes.

Ele está foragido desde janeiro de 2019 quando foi deflagrada a Operação Os Intocáveis, contra-acusados de integrar a milícia de Rio das Pedras.

OBSOLVIDO

O ministro Sergio Moro e o senador Flávio Bolsonaro, em evento na Câmara dos Deputados. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal concluiu  hoje (03 de fevereiro) não haver indícios de que o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) tenha cometido os crimes de lavagem de dinheiro e de falsidade ideológica sobre as negociações de imóveis feitas pelo filho mais velho do presidente como a sua declaração de bens na eleição de 2018, segundo inquérito. 

 No entanto, conforme inquérito semelhante do Ministério Público carioca, nesse que apura a prática de “rachadinha”, o processo em que foi absolvido esbarra na relação aos imóveis de Flávio.

No inquérito em andamento no âmbito estadual, o Ministério Público disse ter encontrado suspeitas de que o senador usou recursos em espécie na compra de apartamentos com o objetivo de lavar dinheiro da “rachadinha” da Assembleia Legislativa. Segundo a Promotoria, que investiga a prática de peculato, ocultação de patrimônio e organização criminosa, Flávio lavou até R$ 2,3 milhões com transações imobiliárias e com sua loja de chocolates. O senador nega que tenha cometido os crimes sob apuração.

QUEM TEM PODER, TEM!

Da esquerda para a direita: Eduardo, Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro. Foto: Divulgação 

A investigação contra Flávio começou após um relatório de inteligência do  Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectar movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Fabrício Queiroz, funcionário do gabinete de Flávio. 

O pedido de abertura de inquérito sobre as suspeitas em torno de Flávio chegou à PF depois que o procurador regional eleitoral do Rio, Sidney Madruga, tentou arquivar o caso.

Na ocasião, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio afirmou que Madruga entendeu que não havia crime eleitoral “com base na jurisprudência consolidada há anos no Tribunal Superior Eleitoral [TSE]”. O procedimento foi enviado, então, à Polícia Federal.

Assim que recebeu o material, a PF mandou um pedido de análise para a Procuradoria-Geral da República (PGR), para saber em qual instância a investigação deveria ficar. Como o inquérito foi aberto antes de Flávio tomar posse no Senado, o entendimento foi de que deveria permanecer no primeiro grau, no Rio.

Sob o comando do ministro Sergio Moro (Justiça), a Polícia Federal vive clima de instabilidade desde agosto de 2019, quando Bolsonaro anunciou uma troca no comando da superintendência do órgão no Rio e ameaçou trocar o diretor-geral, Maurício Valeixo.

No meio da polêmica, o presidente chegou a citar um delegado que assumiria a chefia do Rio, mas foi rebatido pela Polícia Federal, que divulgou outro nome, o de Carlos Henrique de Oliveira. Após meses de turbulência, o delegado assumiu o cargo de superintendente, em dezembro.

MANOBRAS

Tendo perdido a chance de indicar gente para a PF. Bolsonaro buscou outros caminhos. O presidente voltou ao tema no fim desse mês, quando acenou para recriação do Ministério da Segurança Pública, em cadeia ele desarticularia a pasta a secretaria da Justiça, a proposta esbarrou na negativa do atual secretário da Justiça, Sérgio Moro, que soprou a muitos ventos que deixaria o governo caso se confirmasse a notícia do recriação do ministério.

Sobre a absolvição de Flávio previsão é a de que o relatório final da polícia sobre o caso seja entregue à Justiça nos próximos dias, informou a PF. 

*Fonte: Folha de S. Paulo.