03 de maio de 2024
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Nelsinho retorna de Brasília como comandante do PTB Estadual

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Como já havia sido informado pelo MS Notícias, Nelson Trad Filho retorna ao PTB, reforça pré-candidatura de Marquinhos Trad e confronta André Puccinelli, numa espécie de revanche. De quebra, assume como chefe supremo e sepulta as pretensões de Ivan Louzada em conseguir um bom negócio para as eleições 2016.

A legenda PTB ganha estrutura como partido em Mato Grosso do Sul e se pareia com o Nacional em termos de importância. Saem os negociadores, entram os políticos. Amanhã (22), durante a primeira reunião política devem ser nomeados os sete membros que comporão o novo Diretório Estadual Provisório, encabeçado por Nelson Trad Filho, que retorna ao berço que lhe deu mandatos de vereador e deputado estadual. Nelsinho se transferiu para o PMDB apenas quando concorreu à prefeitura da Capital.

Veja, na íntegra, a nota publicada por Nelsinho Trad em sua página do Facebook:

“AO POVO DE CAMPO GRANDE E DE TODO NOSSO MATO GROSSO DO SUL

Ao anunciar o meu ingresso no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) reverencio seus compromissos históricos com o Trabalhismo como instrumento democrático, e proclamo a minha firme disposição de contribuir, com modéstia e afinco, para a contínua construção da justiça social, bandeira de lutas permanentes do Partido.

O PTB que hoje me acolhe foi a trincheira política que abrigou as fundadas esperanças e as muitas batalhas de meu pai, Deputado Nelson Trad, por um Brasil mais justo, solidário e próspero. Se ainda estivesse entre nós, esta minha decisão política certamente o deixaria exultante.

Ao deixar o PMDB, partido onde tive a honra de construir sólida e honrada trajetória, o faço de coração aberto ao constatar que eventuais dissabores e decepções decorrem da fragilidade de uns poucos, e não da essência orgânica e fértil do partido, formada por suas bases populares.

Ingresso no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) como simples soldado, porém determinado a lutar pela bandeira do Trabalhismo dinâmico e solidário que tem no ser humano seu único objetivo.

Nelson Trad Filho
Presidente Regional do PTB/MS”

 

Cristiane Brasil, a presidente nacional do PTB, iniciou a reestruturação da sigla, que estava manchada desde o caso Mensalão que teve seu pai e ex-presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson como instigante das denúncias que levaram a prisão da cúpula petista ligada ao primeiro governo do presidente Lula.

Marquinhos e Fábio

A estrada de Marquinhos, rumo à candidatura à Prefeitura da Capital, com o PTB nas mãos de seu irmão mais velho, passa a ter menos obstáculos. Caso não seja aprovada a “janela de infidelidade” na reforma política em andamento no Congresso Nacional, o atual deputado estadual passa a contar com a sinalização de um apoio à sua candidatura, mesmo que candidato pelo PMDB.

A maior preocupação recai sobre o futuro político do clã Trad, caso o ex-deputado federal Fábio Trad seja o mandante de fato do PSD, que está nas mãos de um de seus sócios e membro de seu grupo político, Antônio Lacerda. Como ficou claramente demonstrado nas últimas eleições, a população quer se livrar dos grupos dominantes e aposentar os políticos mais antigos, em busca de uma renovação.

Caso Fábio resolva manter-se ligado ao PSD, o universo político de Mato Grosso do Sul ficaria centrado no mesmo grupo que compartilha do poder há muitos anos. Nelson Trad Filho, PTB; Fábio Trad, PSD; Antonieta Amorim e Marquinhos Trad, PMDB; Luiz Henrique Mandetta, DEM; Otávio Trad, PTdoB.

Como se comportará André Puccinelli que, ainda que afirme em público que Marquinhos Trad é o candidato natural do PMDB para as eleições majoritárias em 2016, deverá agir em relação à essa candidatura da mesma forma que agiu na disputa ao governo de 2014, quando o candidato pela legenda era Nelsinho Trad. Naquela ocasião Puccinelli permitiu a cisão partidária e, se não trabalhou abertamente pela candidatura de Delcídio do Amaral (PT), também não fez qualquer esforço em prol do correligionário.

Com Ricardo Ayache que recentemente se desfiliou do PT, indicando sua ida para o PSB, um dos partidos comandados por Puccinelli, é de se crer que as forças políticas estarão divididas com igual força entre três candidatos: Marquinhos Trad, Ricardo Ayache e Alcides Bernal, que ainda conta com a simpatia de seus eleitores que lhe julgam traídos pelas forças que, aparentemente, vêm ressurgindo das poeiras da antiga política.

Antecipamos

O MS Notícias já havia informado em primeira mão a ida de Nelsinho Trad para o PTB, em matérias postadas em 12 e 13 de fevereiro, e confirmadas com a postagem de tereça-feira (18), sob o título “Nelsinho Trad deve assumir PTB até final de agosto, então tudo muda”.

No corpo da matéria, a informação:

“Informações recentes indicam que o clã Trad irá assumir o comando do PTB até o final de agosto e, a partir dai iniciar um processo de reformulação e fortalecimento do partido em todo o Mato Grosso do Sul. O martelo será batido em Brasília, ou até no Rio de Janeiro, base eleitoral e escritório político dos presidentes de fato e de direito, Roberto Jefferson e Cristina Brasil. Ainda que informações divulgadas deem conta de que a “Comissão Provisória” será desfeita, a bem da verdade não existe comissão provisória e sim um Diretório Estadual com todas as prerrogativas que a lei exige e ampara.

A questão maior é que a Executiva Nacional não pretende continuar perdendo território político no estado. O PTB estadual não consegue avançar e acompanhar o crescimento do partido em nível nacional. O mais recente exemplo é a filiação de Ricardo Ayache, candidato pelo PT nas eleições de 2014 ao Senado, que recebeu 281.022 votos ficando em segundo lugar na corrida eleitoral. O erro de estratégia reside no fato de o candidato não ser o detentor desses votos, que na verdade lhe foram emprestados pelo cacife político do ex-governador e atual deputado federal Zeca do PT, do candidato ao Governo do estado que contou com o apoio efetivo da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Delcídio do Amaral e da forte e aguerrida militância petista.

Ivan Louzada, o presidente regional do PTB não soube mensurar seu escopo, um quitandeiro em terras de supermercadistas.”