25 de abril de 2024
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Novos depósitos: Bolsonaros receberam 89 mil e Queiroz pode voltar para a cadeia

MPF diz que ex-assessor de Flávio Bolsonaro tinha ‘estranhas movimentações bancárias’ e obstruiu investigação

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Não foi só Fabrício Queiroz que fez depósitos na conta de Michelle Bolsonaro, como revelou na revista Crusoé na última 6ª-feira (7.agosto), pela manhã. Quando foi na noite de ontem, o Jornal Nacional da TV Globo, revelou que a esposa do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Márcia Aguiar, também repassou quantias à primeira-dama, mais R$ 17 mil. O presidente Jair Bolsonaro e a esposa dele, Michelle Bolsonaro, não explicaram, até a manhã de sábado (8.agosto), a revelação dos novos valores. 

Segundo extratos bancários em poder do Ministério Público, Queiroz depositou 21 cheques, entre 2011 e 2016, na conta de Michelle. O MP, aponta que Márcia (esposa de Queiroz) teria repassado cinco cheques. Ao todo, na conta da primeira-dama entraram 89 mil reais a partir de depósitos do casal.

Os dados dos repasses desmentem a versão do presidente Jair Bolsonaro sobre um cheque de 24 mil reais que, supostamente, era fruto de um empréstimo. Não há nenhum sinal na conta bancária de Queiroz de que ele tenha recebido dinheiro do presidente antes disso, o que configuraria o empréstimo.

MPF QUER NOVA PRISÃO

O subprocurador-geral da República Roberto Luís Oppermann Thomé apontou, em manifestação ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a existência de indícios de crimes cometidos por Queiroz no papel de “operador financeiro” do gabinete de Flávio Bolsonaro, à época deputado estadual.

Em manifestação destinada ao ministro Félix Fischer, relator do habeas corpus de Queiroz, o subprocurador afirmou que o ex-assessor possuía “estranhas movimentações bancárias” e tentou atrapalhar as investigações. A informação é do jornal O Globo.

Na sexta-feira 7, Thomé apresentou novo pedido ao STJ reafirmando seus argumentos e pedindo novamente que a liminar de Noronha seja revertida.

“Ilações e suposições não é bem o que se mostra quando se verificam indícios de influência e contatos do ora paciente Fabrício José Carlos de Queiroz com milicianos, sendo instado a resolver problemas como o de sócio de outro investigado que mostra mensagens com ameaças de ‘enforcado com línguas’; ligações de familiares com alusão a seu poder de influência mesmo de dentro da cadeia; declarações de endereço e hospedagem falaciosos; desaparecimento a ponto de virar meme o mote ‘Onde está o Queiroz?’, desaparição de sua companheira e foragida paciente, estranhas contabilidade e movimentações bancárias, relacionamentos familiares concomitantes com exercício de cargos públicos comissionados, patrimônio a descoberto, em síntese, um conjunto de circunstâncias que se (ainda) não configuram prova suficiente a formação de eventual opinio delicti, demandam de parte do Ministério Público e do Poder Judiciário a atenção devida à busca da verdade real”, escreveu o subprocurador em seu parecer.

Fonte: Carta Capital.