25 de abril de 2024
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CENSURA

PF de Moro detém ônibus de mulheres do MST

Grupo de mulheres que ocupou na manhã desta segunda-feira (9) a sede do Ministério da Agricultura na jornada de lutas do movimento

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A Polícia Federal, comandada pelo ministro da justiça, Sergio Moro, deteve na manhã desta segunda-feira (9), um ônibus do Piauí com mulheres do Movimento Sem Terra. Documentos do motorista foram apreendidos. O ônibus foi conduzido para a frente da PF, no Setor Policial Sul, em Brasília. Segundo integrantes do MST, ninguém informou o motivo da operação.

As piauienses se juntariam ao grupo de mulheres que ocuparam na manhã desta segunda-feira (9) a sede do Ministério da Agricultura. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) se dirigiu para a Polícia Federal para acompanhar o caso.

A mobilização conta com a participação de 3500 trabalhadoras Sem Terra de 24 estados e integra a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra.

Durante a ação, as trabalhadoras denunciam a realização de uma distribuição de titularidades individuais dos lotes de terra para os assentados de reforma agrária, a chamada titularização das terras, que visa a privatização das áreas; os cortes nos investimentos públicos; e a liberação desenfreada de agrotóxicos pelo governo Bolsonaro.

Sobre distribuição de titularidades individuais dos lotes de terra para os assentados, de maneira prática, a ação regulariza a venda de lotes da Reforma Agrária e passa ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a responsabilidade sobre áreas coletivas dos assentamentos, onde estão escolas e centros de formação organizados pelo MST. “Nós sempre defendemos o Contrato de Concessão de Uso (CCU), porque restringe a mercantilização das terras conquistadas, e terra para nós é um bem comum da natureza, e portanto, não pode ser mercadoria”, explica Maria da Silva Trindade, militante do MST.

Apesar dos esforços do atual governo para ocultar o fracasso na economia, os brasileiros sentem na pele a queda dos investimentos públicos, que chegaram a ultrapassar R$ 66 bilhões entre 2012 e 2014 e agora, em 2020, tem previsões de ser abaixo de R$ 20 bilhões. Nesse contexto, o desemprego multiplica o número de pessoas desalentadas, sem teto e sem alimentos, tanto que o Brasil retornou ao Mapa da Fome, levantamento feito pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Fonte: Fórum.