A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou, na 4ª feira (19.nov.25), a indicação de Sérgio de Paula para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS). O placar — 21 votos favoráveis e apenas um contrário — confirmou aquilo que já era consenso nos bastidores: a aprovação ocorreria sem grandes turbulências, ainda que em votação secreta.
O único voto divergente partiu do deputado João Henrique Catan (PL), representante da oposição ao governador Eduardo Riedel (PP).
No mesmo dia da aprovação, Sérgio de Paula tomou posse em uma sessão solene no Tribunal de Contas, presidida por Flávio Kayatt e acompanhada pelo corpo diretivo da Corte. Estiveram presentes os conselheiros substitutos Leandro Lobo e Célio Lima de Oliveira, além do procurador-geral de contas, João Antônio de Oliveira Martins Júnior.
Sessão solene de posse do conselheiro Sérgio de Paula ao TCE-MS. Foto: Também esteve presente na sessão, o governador Eduardo Riedel, o ex-governador e presidente do PL, Reinaldo Azambuja, familiares do novo conselheiro e outros representantes dos Poderes Executivo e Legislativo.
Sérgio de Paula substitui Jerson Domingos, que deixou a Corte após atingir a idade constitucional de aposentadoria obrigatória aos 75 anos. A escolha encerra um processo já esperado no cenário político estadual, dado o peso histórico do indicado dentro do PSDB sul-matogrossense.
Figura estratégica na estrutura tucana, Sérgio foi um dos articuladores do período de maior estabilidade eleitoral do partido no Estado — uma hegemonia de 12 anos que marcou a paisagem política local. Antes de entrar na engrenagem partidária de forma mais decisiva, construiu carreira de 16 anos no setor bancário.
Seu vínculo com Reinaldo Azambuja remonta à época da Prefeitura de Maracaju — 1º de janeiro de 1997 até 1º de janeiro de 2005 (2 mandatos consecutivos). A partir daí, ocupou funções administrativas relevantes, como postos na Assomasul e, mais tarde, a chefia da Casa Civil do governo estadual. A trajetória consolidou sua reputação de operador político habilidoso, frequentemente acionado em momentos estratégicos.
Com a chegada de Sérgio ao TCE, forma-se novamente uma maioria de conselheiros de origem tucana, ao lado de Waldir Neves, Flávio Kayatt e Márcio Monteiro. Embora todos estejam desvinculados partidariamente, a composição reforça a presença histórica do PSDB no espaço institucional de controle externo — algo que, do ponto de vista formal, segue os critérios legais e regimentais de indicação.
A aprovação expressiva evidencia, mais uma vez, o amplo alinhamento entre a base governista e o Executivo estadual — um alinhamento que, nesses casos, costuma transformar votações secretas em meros procedimentos protocolares.
No fim, a nomeação de Sérgio de Paula não altera apenas a composição do Tribunal de Contas; também reafirma a dinâmica política do Estado, em que influências acumuladas ao longo de décadas seguem desempenhando papel determinante nas engrenagens institucionais.








