Em um espetáculo que mistura vergonha e ironia histórica, Jair Bolsonaro apareceu nesta 2ª feira (21.jul.25) na Câmara dos Deputados, não como o “mito” que tanto gritou ser, mas como um réu monitorado eletronicamente, ostentando uma tornozeleira eletrônica com a mesma empáfia com que antes desfilava faixas presidenciais. Agora, seu acessório de destaque é um símbolo do fim de uma era marcada por fake news, autoritarismo e fracassos democráticos.
Bolsonaro chamou a tornozeleira de “símbolo de humilhação”. De fato, é — mas não só para ele: é um lembrete contundente da tragédia que foi seu governo e da tentativa frustrada de dobrar a democracia brasileira. Quem um dia se autoproclamou “salvador da pátria” agora se vê reduzido a um homem temendo o poder ordem judicial que é certo que o levará para trás das grades.
Hoje, o quase presidiário Jair Bolsonaro teve uma entrevista com o portal Metrópoles, cancelada no último minuto por ordem de Alexandre de Moraes.
A exibição seria mais um show patético de um ex-presidente cada vez mais isolado e que será reeducado à respeitar a democracia por meio do Judiciário brasileiro, instituição que Bolsonaro, familiares e seus aliados golpistas tentam corroer.
Acusado de tentar um golpe de Estado, de liderar uma organização criminosa e de sabotar o próprio sistema democrático que o elegeu, Bolsonaro não é mais o protagonista que inflama multidões — é o investigado que teme um mandato de prisão. Seu grupo político, que outrora pintava faixas pedindo "intervenção militar já", agora recua, fala em "medo de prisão" e silencia diante do avanço da Justiça.
A cena de Bolsonaro na Câmara, com a tornozeleira à mostra é mais que simbólica: é o retrato da decadência de um populismo que usou o patriotismo como disfarce para o autoritarismo. Se há justiça histórica, ela começa a se desenhar com uma tornozeleira no tornozelo de quem tentou algemar a democracia brasileira.











