19 de abril de 2024
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Vídeo: Regina Duarte fica 'descontrolada' e canta música da ditadura

Secretária de Cultura minimizou mortes da Covid-19 e disse que gostava de cantar música de regime na ditadura

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Após saltar da corda bamba do governo de Jair Bolsonaro, a secretária de Cultura, Regina Duarte, protagonizou uma cena no início da noite de ontem, 4ªfeira (7.abril), que deixou artista brasileiros convictos de que ela entendeu bem a ameaça de Bolsonaro para que ela se adequasse ao governo. Duarte chegou a cantar uma música da ditadura militar em entrevista exclusiva à TV CNN Brasil, onde também minimizou mortes e deu um ‘chilique’ após ver vídeo em que a antes colega, atriz Maitê Proença, criticava a sua presença na pasta, alegando que a figura de Duarte destoava do governo de Jair Bolsonaro. A secretária respondeu da seguinte maneira a crítica da amiga. "Na humanidade, não para de morrer [gente]. Por que as pessoas ainda ficam ó [chocadas]? Não quero arrastar um cemitério de mortos nas costas", disse.

Em entrevista ao jornalista Daniel Adjuto, em seu gabinete em Brasília, Regina afirmou que não deixará o governo, apesar do momento de crise que viveu com o presidente nas últimas semanas.

Ao longo da conversa, porém, ela começou a cantar Pra Frente Brasil, música associada ao período em que os militares mandavam no país. "Não era gostoso cantar isso?", questionou.

Constrangido, o jornalista tentou argumentar que, no período da ditadura, muitas pessoas foram torturadas, censuradas e até mortas. "Se você falar vida, do lado tem a morte. Sempre houve tortura, censura. Sou leve, estou viva. Estamos vivos, vamos ficar vivos? Não vive quem fica arrastando cordéis de caixões", reforçou a secretária.

Provocada sobre o fato de a Secretaria Especial de Cultura não ter soltado nenhuma nota de pesar após as mortes de figuras importantes do país, Regina justificou que tem mandado mensagens para as famílias das vítimas. "Será que eu vou ter que virar obituário? Quantas pessoas a gente está perdendo? Teve uma semana que foram três. Tem pessoas que eu não conheço. Aldir Blanc eu admiro, mas não conheci”, respondeu Duarte. 

Durante a conversa, os apresentadores Daniela Lima e Reinando Gottino mostraram um vídeo feito, por Maitê Proença, em que cobra diretamente a secretária Regina Duarte. 

Irritada, a secretária tirou os fones para não ouvir o que Maitê tinha para dizer. "Não estava combinado nada disso", disse ela. "Vocês estão desenterrando esse vídeo para quê? O que vocês ganham com isso?", completou. "Quem é você para desenterrar a fala de Maitê Proença? Tenho tanta coisa para falar e vocês estão desenterrando mortos", esbravejou. 

VEJA O VÍDEO 

 

 

Depois desse ataque, que ela mesmo classificou como chilique, a entrevista foi encerrada. Os artistas de todo o país repercutiram e lamentaram a posição da secretária nas redes sociais, muitos da classe, uma das principais afetadas durante a pandemia não veem futuro de Duarte a frente a pasta da cultura. Outros acreditam que ela tenha se ‘tornado um fantoche’, em que obedece Carlos Bolsonaro e os ideais da ala de ‘olavistas’, do guru do governo, Olavo de Carvalho, que está procurado pelo Ministério Público após perder processo de injúria contra o cantor Caetano Veloso, Olavo terá que pagar R$ 2 milhões ao artista, após publicação nas redes e que usou o nome de Veloso. 

O juiz deferiu a tutela, determinando que Olavo excluísse imediatamente o conteúdo ofensivo, sob pena de multa de R$ 10.000,00 por dia. "Olavo foi citado da ação, e intimado da decisão da tutela, em 08 de fevereiro de 2019, via carta rogatória enviada à sua residência, nos Estados Unidos. Recentemente, o processo foi sentenciado, tendo sido Olavo condenado ao pagamento de danos morais a Caetano no valor de R$ 40.000,00", explicou a advogada.

Como Olavo não excluiu todos os conteúdos ofensivos, a defesa de Caetano fez um cálculo de dias, contando a partir de 48h após sua intimação da decisão da tutela, e a data da verificação da existência dos conteúdos não excluídos, que somou 2,8 milhões. 

Em maio de 2019, Bolsonaro concedeu ao escritor a Grã-Cruz, condecoração dada pelo governo do Brasil para “distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção”.