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POBRES MANDATOS

Pollon protagoniza mais um espetáculo de mediocridade na Câmara

Deputado de MS tenta lacrar ministro e é desmascarado: 'Covarde e reprodutor de notícias falsas'

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Contaminar de vergonha o próprio mandato e estender o vírus ao Estado que representa não é novidade quando se trata de personagens do bolsonarismo como Marcos Pollon (PL/MS). Entretanto, este deputado federal, que foi o mais votado de Mato Grosso do Sul, surpreende até quem acha que seu estoque de boquirrotices esvaziou-se. 

Bolsonarista e um dos líderes da panaceia armamentista puxada por seu líder maior, Jair Bolsonaro, o parlamentar do PL voltou esta semana a escorregar no chão liso do ridículo. Na terça-feira, 11, Pollon quis atrair o brilho dos holofotes sobre si ao lançar ofensas e insinuações maliciosas  contra o ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. E se deu muito mal.

Convidado para prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre as medidas do Planalto para socorrer os gaúchos e o pedido feito à Polícia Federal para investigar as fake news [notícias falsas] sobre a atuação do governo federal em terras gaúchas, Pimenta virou alvo de pesados ataques dos bolsonaristas. Os mais assanhados eram Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Paulo Bilynskyj (PL-SP), José Medeiros (PL-MT), Gilvan da Federal (PL-ES), Marcos Pollon (PL-MS) e Bia Kicis (PL-DF). 

As provocações, sobretudo as de Pollon, passaram do tom, ao ponto de fazer Pimenta aceitar trocar disparos neste campo de acidez retórico. Ao ouvir de Gilvan que ele e Lula deveriam estar presos, Pimenta respondeu, citando o filho mais velho do ex-presidente Bolsonaro (PL). “Lamento que um cidadão, deputado federal, com trajetória na PF, faça pronunciamento tão desqualificado. Eu não sou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que faz rachadinha”.

BATE-VOLTA

Todas as investidas dos deputados de direita foram rechaçadas por Pimenta, mas para Pollon o contra-ataque foi mais demolidor. Deixou o bolsonarista atarantado, após ser encurralado quando o ministro pontuou sua presença ativa na disseminação de fake news contra o governo Lula, a esquerda e o PT. Para apimentar a provocação, Pollon lançou uma pergunta maliciosa: “Ministro, porque o senhor odeia tanto os gaúchos”?
Teve que engolir a encarada e esta resposta dura de Pimenta: “Eu lamento uma manifestação infame e covarde como essa. Covarde, porque não tem coragem de dirigir o nome às pessoas que quer ofender. Covarde, porque se esconde atrás da imunidade parlamentar para distribuir agressões gratuitas. Covarde, porque envergonha seu Estado e esta Casa”.

Em seguida, Pimenta disparou: “Covarde, porque divulgou fake news no dia em que um médico, aquele que foi preso no Egito e teve o registro cassado, e uma médica, e no mesmo dia, coincidentemente, aquele médico e aquela médica publicaram a mesma fake news”.

Então, o ministro detalhou o teor da notícia falsa do jeito que os bolsonaristas divulgaram. Foi assim: “Senhoras e senhores, temos amigos e amigas doando remédios para o Rio Grande do Sul. Eles têm aviões particulares, mas os remédios não estão podendo chegar. Gente, façam uma mobilização para que a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] libere esses aviões”. Esta mensagem deixa clara a criminosa intenção de jogar nas costas do governo Lula um boicote inexistente ao socorro que o país prestava aos gaúchos. E Pollon, advogado, deputado e defensor das armas, participou da velhacaria.

Para enterrar de vez a maledicente retórica, Pimenta dirigiu-se assim a Pollon: “Tudo mentira! A Anvisa nunca proibiu nenhum avião. O senhor foi um dos que reproduziram esta mentira. Com que objetivo. Ajudar o Estado do Rio Grande do Sul? Fazer com que o povo gaúcho pudesse ter acesso aos donativos? Não. A Anvisa desmentiu no mesmo dia, e o próprio médico que o senhor usou como fonte, no outro dia pediu desculpas e pediu que não usassem o nome dele. E a médica apagou, tirou o nome dela e as redes do ar”.

Confira no vídeo a íntegra do ataque de Pollon e o contra-ataque de Pimenta: