26 de abril de 2024
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CRUELDADE | VÁRZEA GRANDE (MT)

Vendedor de espetinhos amarrou e matou empresária após ela o cobrar dívida

Suspeito deu gravata e depois esfaqueou Rosemeire Perin. Ela estava desaparecida desde a terça-feira (16.fev); a polícia prendeu o suspeito, ex-presidiário que tinha relações comerciais com a vítima

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A empresária Rosemeire Soares Perin, de 52 anos, foi morta a golpes de faca dentro da quitinete do suspeito, identificado como Jeferson Rodrigues da Silva, de 33 anos, ex-presidiário monitorado por tornozeleira eletrônica, que tinha relações comerciais com a mulher. Ela estava desaparecida desde a terça-feira (16.fev), após ir cobrar uma dívida de R$ 1,2 mil, no momento em que foi assassinada em Várzea Grande, região metropolitana de Vale do Rio Cuiabá, no Mato Grosso. 

Em coletiva à imprensa manhã desta sexta-feira (19.fev), a Polícia Civil (PC) repassou detalhes sobre o brutal assassinato da empresária.

Conforme a PC, também foi preso Pedro Paulo de Arruda, de 29 anos, acusado de ter ajudado Jeferson a transportar o cadáver do local do homicídio até a região de matagal na Passagem da Conceição, em Várzea Grande, onde o corpo foi localizado na tarde de ontem (18.fev), logo após Jeferson ser preso trafegando com o carro HB20 de cor branca de placas QBX-8843, de propriedade de Rosemeire. O suspeito confessou o crime e revelou o local da desova. 

RELAÇÃO COMERCIAL 

De acordo com os delegados da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e responsável pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas (NPD), o suspeito estava trabalhando com a venda de espetinhos e comprava produtos como copos e pratos descartáveis de Rosemeire. Jeferson também havia comprado uma máquina de sorvete da mulher por R$ 7 mil, quando ficou devendo R$ 800 pela manutenção do equipamento, pois a empresária também oferecia tal serviço. No dia do crime, ela cobrou o suspeito e disse que se não recebesse iria pegar a máquina de volta.

Segundo os delegados, o assassino disse que matou a empresária no quarto da quitinete e depois arrastou o corpo pela casa até o banheiro. Ele, primeiro deu uma gravata na mulher (golpe no pescoço que imobiliza a vítima). Ela caiu desmaiada e foi amarrada com fitas adesivas. Depois, quando a mulher começou a recuperar a consciência foi atacada com golpes de faca. Jeferson alegou ter ficado com medo que ela o denunciasse e ele voltasse ao presídio. Ele já foi preso anteriormente pelos crimes de estupro e roubo. "Aí ele pegou uma faca de cerca de 30 centímetros e atacou a vítima", disse o delegado.

Conforme os delegados, Jeferson Rodrigues é o responsável direto pelo homicídio de Rosemeire. Ele buscou ajuda com parente e disse que tinha feito besteira. O familiar disse que "estava cansado das merdas dele e não ajudou. O corpo da vítima ficou na casa onde ele matou a empresária. Foi então que Pedro Paulo de Arruda decidiu ajudá-lo, por volta das 22h. Cobriram o corpo com colchão, edredon e levaram para a região da passagem da Conceição. "Dentro da residência dá para ver a real dinâmica do que aconteceu. Nunca vi uma residência em que as provas fossem irrefutáveis", comentou o delegado, que descartou a hipótese de que a vítima pudesse ter sido vítima de abuso sexual.

CRIMES

Conforme os delegados, Jeferson Rodrigues da Silva será indiciado por homicídio qualificado (3 ou 4 qualificadoras), ocultação de cadáver e furto qualificado por ter se apossado do carro da vítima e utilizando-o como se fosse o verdadeiro dono. Já o comparsa Pedro Paulo de Arruda, apesar de negar ter ajudado o assassino, será indiciado por ocultação de cadáver, resistência e tráfico de drogas, pois em sua residência foi encontrado um tablete de maconha.

A Polícia acredita que Pedro decidiu ajudar Jeferson por ter interesse no carro da vítima. Ele é sócio num lava jato situado em Várzea Grande. As investigações continuam na DHPP.

*Com informações do Folha Max