As operações Prime e Sordidum, conduzidas pela Polícia Federal (PF), revelaram um crescimento explosivo no patrimônio do empresário Claudinei Tolentino Marques, de 42 anos, de Dourados (MS).
Suspeito de integrar um grande esquema de lavagem de dinheiro, Tolentino pode estar envolvido em movimentações financeiras que somam R$ 300 milhões.
De acordo com o Ministério Público Federal, Tolentino, que antes era vendedor de lojas Gazin, viu seu patrimônio crescer de forma significativa desde abril de 2012. Atualmente, ele e seu irmão, Luiz Antonio Tolentino Marques, controlam diversas empresas, incluindo construtoras, transportadoras e propriedades rurais no Mato Grosso.
A investigação revelou que Tolentino e suas empresas – GR Construtora, Ervais, Federal Armas e Wonderful God – realizaram operações financeiras suspeitas que totalizam R$ 113 milhões. Além disso, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou 71 operações em espécie no valor de R$ 23,5 milhões, e sete operações atípicas que movimentaram R$ 54 milhões.
Entre os bens adquiridos por meio da GR Construtora estão imóveis na Fazenda Bandeirantes, em Tesouro (MT), avaliados em R$ 14,45 milhões. Segundo a Polícia Federal, essas aquisições não correspondem ao objeto social das empresas de Tolentino, levantando suspeitas de que ele esteja ocultando patrimônio pertencente a terceiros.
A GR Construtora recebeu R$ 15,3 milhões em depósitos em espécie entre dezembro de 2019 e agosto de 2023. A empresa Tolentino M E Granitos Eireli movimentou mais de R$ 10 milhões em transferências relacionadas à compra e venda de veículos, o que também não se alinha ao seu objeto social.
Os irmãos Tolentino são investigados por supostamente usar suas empresas para ocultar patrimônio de narcotraficantes e participar do tráfico de cocaína. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal identificaram conexões com um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao narcotráfico, que teria ramificações internacionais.
Claudinei e Luiz Antonio foram presos em 15 de maio durante as operações Prime e Sordidum.
A defesa de Claudinei argumenta que não há evidências suficientes para manter sua prisão e que todas suas atividades são legais.
O juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, no entanto, decidiu manter a prisão preventiva de Tolentino, conforme decisão publicada em 9 de agosto.