07 de dezembro de 2025
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AMAZONAS

Vídeo: Vereadora conservadora diz ser 'a favor da violência contra a mulher'

Betinha declarou que 'tem mulher que merece apanhar', mas depois se desculpou

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A vereadora Elizabeth Maciel (Republicanos-AM), conhecida como Betinha, gerou forte repercussão negativa ao declarar, durante sessão da Câmara Municipal de Borba, no interior do Amazonas, que é “a favor da violência contra a mulher”. O discurso, proferido na 2ª feira (29.set.25), foi classificado como misógino por movimentos sociais e ganhou grande repercussão nas redes sociais.

Em plenário, a parlamentar, que se apresenta como conservadora e ligada a pautas da extrema direita, afirmou que, em alguns casos, mulheres “merecem apanhar”. Segundo ela, já teria presenciado situações em que mulheres se machucaram intencionalmente para acusar homens de agressão.

“Eu sou a favor da violência contra a mulher, sim, quando o homem bate na mulher, eu aprovo, mas eu também sou contra, quando a mulher bate no homem. Tem mulher que merece apanhar, tem sim, sabe por quê? Às vezes eu já presenciei caso que a mulher se bate ela mesma para condenar o homem”, disse Betinha.

No mesmo discurso, a vereadora questionou o uso da Lei Maria da Penha, alegando que algumas mulheres se aproveitam da legislação:

“Estou a favor da lei para defender as mulheres, mas eu sou contra também as mulheres que querem se beneficiar”.

As declarações surgiram em defesa do vereador Pedro Paz (União Brasil), denunciado pela colega de plenário, vereadora Professora Jéssica (Democracia Cristã), após um episódio em que ele teria gesticulado de forma agressiva contra ela durante sessão.

 

Pedido de desculpas após a repercussão

No dia seguinte, diante da repercussão negativa, Betinha divulgou um vídeo em que se retratou. Afirmou que sua fala não corresponde ao que realmente pensa e reconheceu que se expressou de forma equivocada.

“Reconheço que, ao me manifestar em plenário, utilizei uma expressão totalmente inadequada e infeliz, que não corresponde ao que penso nem ao que desejo transmitir”.

Ela ainda ressaltou que não teve intenção de naturalizar a violência contra a mulher. “De forma alguma foi minha intenção justificar ou naturalizar qualquer forma de violência”.

Antes de pedir perdão, a vereadora tentou justificar sua declaração dizendo que teria sido influenciada por experiências familiares traumáticas. “Me reportei daquele jeito porque na minha família já houve caso que veio a óbito”.

Por fim, pediu desculpas públicas. “Peço sincera desculpa a todas. Todas que se sentiram ofendidas. E afirmo, de forma clara e categórica: a violência contra a mulher é inaceitável e jamais pode ser tolerada ou justificada. Esse episódio servirá para minha reflexão pessoal e política. Comprometo-me a agir com mais responsabilidade e respeito em minha manifestação futura”.