26 de abril de 2024
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MÚSICA| LANÇAMENTO

Bruna celebra"Valentia" da negritude e ancestralidade feminina em novo clipe

Vinda das batalhas de rimas e poesias, artista busca exaltar a ancestralidade feminina

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A “artista da música” Bruna Valente, de 20 anos, lança o clipe “Linhas Ancestrais” onde debate na letra as ancestralidades feminina e negra. Ela diz que apesar de a música ter batida melódica ela não quer se definir rapper, MC ou parar num só estilo. “Eu quero fazer música, saca? Não é que não queira escolher é que não sei ainda... gosto desse som, para mim é uma oração e um agradecimento”, diz a artista.    

O gosto pela música surgiu nas poesias, das batalhas de rimas onde já denotavam a sua presença ancestral em 2015. “Ali meio que saquei o gosto por rima e dessa vez faço esse som para exaltar todas as guerreiras, não só, mas minhas [ancestrais] mas todas as ancestrais mulheres”, explica. 

No clipe, lançado no dia 8 desse mês, Bruna apresenta instrumentos como tambores, comuns em encontros religiosos de matriz africana, visto que sua família é baiana. 

Bruna reforça a importância das ações dos antepassados para garantir hoje um presente em que apesar de muitas lutas, há também muitas vitórias nas lutas contra o machismo, o racismo. “É ressignificação da minha ancestralidade feminina. A construção dessa música foi um processo de cura e libertação para reconhecer o meu trabalho e me doar para que essa nova fase de me reencontrar e reconhecer como ‘valente’”, traduz Bruna.

Aos 20 anos, a artista é mãe e destaca a importância de se guardar memórias. “Referências, exemplos, jeitos, maneiras, daqueles que nos antecederam. Se não, é como negar o próprio mito da criação, que tão fortemente, e é bom que o seja assim, tentamos revelar algo que parece, vai se perdendo nesse confuso mundo entre o certo (sub. Masculino) e a incerteza (subs. Feminino) não podemos perder o fio de Ariadne para que escapemos desse labirinto, em que parece, os deuses ou monstros da Antiguidade, nos enredaram”, metaforiza. 

Representando a maturidade no clipe, a escritora Silvana Tude aceitou de pronto ao ser convidada para estar no clipe. “Nosso desejo é num esforço comum e difundido, nos libertarmos das amarras, em que cada um de nós e todos estamos. Liberdade! A nós e especialmente aos que virão e celebrando o grande ciclo da vida”, diz. 

Isabelle Abrego também celebra a sua participação no clipe. “Uma mega produção audiovisual que nunca antes na vida tive chance de participar, e por mais forte que eu pudesse tentar ser, seria impossível (bem como foi impossível) não sentir a energia que ali permeava; um misto de sentimentos conhecidos e desconhecidos que provavelmente ainda terei de explorar entre eu e eu mesma. Reflexão, sobre a vida. Esta certamente é a primeira coisa que era possível identificar dentre todos estes sentimentos”. 

Assista ao clipe:

Este videoclipe é uma realização do Governo do Estado de MS por meio de sua Fundação de Cultura, proveniente da Lei Federal de Emergência Cultural n. 14.017/2020 - Lei Aldir Blanc.