25 de abril de 2024
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INOVAÇÃO

Estudantes brasileiros participam de desafio da NASA para cultivo de comida no espaço

Para o desafio, foi preciso considerar as etapas de uma viagem espacial, composta por seis meses de ida até Marte, 18 meses de uma possível estadia no planeta e mais seis meses de retorno a Terra. 

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Uma equipe composta por alunos da Universidade de São Paulo (USP) foi selecionada para a segunda fase de um desafio proposto pela Agência Espacial Americana (NASA) e Agência Espacial Canadense (CSA) para o desenvolvimento de alimentos que astronautas consumirão em viagens a Marte.

O desafio nomeado Deep Space Food Challenge (do inglês: desafio alimentar do espaço sideral), visa promover uma alimentação mais saudável aos astronautas que, até então, se alimentam com produtos ultraprocessados em suas missões.

A equipe brasileira é liderada pelo professor Paulo Hercílio Viegas Rodrigues e composta por estudantes de graduação e pós-graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. A equipe está entre as dez classificadas na primeira fase do desafio e seguirá na competição que é dividida entre estudantes norte-americanos e de outros países. 

O DESAFIO

Os participantes receberam estudos que mostravam os danos fisiológicos e psicológicos causados pela alimentação feita exclusivamente com alimentos ultraprocessados e tiveram que pensar maneiras de promover uma alimentação mais saudável aos astronautas. 

O professor resposável pela equipe brasileira realiza estudos com plantas ornamentais no Laboratório de Cultivo de Tecidos e Plantas Ornamentais (LCTPO) da USP, e disse precisou se adaptar ao desafio, para promover o cultivo de alimentos in natura fora da Terra.

“Durante o projeto nós precisamos calcular inclusive o tempo que o cuidado com cada planta levaria diariamente para que se encaixasse no dia a dia dos astronautas”, conta o professor Paulo Hercílio Viegas Rodrigues, do Laboratório de Cultivo de Tecidos e Plantas Ornamentais (LCTPO).

Para o desafio, foi preciso considerar as etapas de uma viagem espacial, composta por seis meses de ida até Marte, 18 meses de uma possível estadia no planeta e mais seis meses de retorno a Terra.  Os diferentes momentos e condições para cultivo agrícola em uma única viagem e outros fatores como luminosidade, nutrientes e espaço para o cultivo de plantas precisaram ser estudados em detalhes.

O PROJETO BRASILEIRO

Segundo o Jornal da USP a equipe brasileira propôs duas culturas vegetais: morango e taioba, uma ortaliçça de folhas grandes. Ambas já haviam sido estudadas pelos alunos e passaram por uma adaptação que permitiu que, na teoria, fossem colocadas em um foguete rumo à Marte.

A equipe do professor Rodrigues descobriu maneiras de enriquecer as plantas em nutrientes e em condições de pouca luminosidade, permitindo a fácil manutenção de alimentos nutritivos a serem consumidos pelos astronautas.

Na fase inicial o projeto se manteve sem financiamento, mas agora os estudantes buscam por recursos que permitam que continuem na disputa. Para a próxima fase, será necessário montar um protótipo e ainda não há fundos suficientes para que ele seja desenvolvido.

PRÓXIMA FASE

Os classificados, entre eles os estudantes da USP, passarão o ano de 2022 buscando formas de possibilitar a melhorias na alimentação de astronautas fora da Terra

A fase final da competição está prevista para 2023, quando apenas cinco equipes estarão aptas a competir.