28 de março de 2024
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Faltou agilidade na estreia de “Amores Roubados”

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O roteirista (George Moura), o diretor geral (José Luiz Villamarim) e o diretor de fotografia (Walter Carvalho) são os mesmos da aclamada “O Canto da Sereia”, exibida há exatamente um ano. Ah, e Ísis Valverde, também no elenco, como uma das protagonistas. A expectativa por “Amores Roubados” só podia ser grande, ainda mais depois de semanas com chamadas bastante interessantes aguçando a curiosidade do público.

Nesta estreia (06/01) já deu para perceber a correção do único senão de “O Canto da Sereia”: a duração. Os quatro capítulos de “O Canto da Sereia” atropelaram a história. “Amores Roubados” será exibida em 10 capítulos (duas semanas). Entretanto, a pressa na narrativa de “O Canto da Sereia” lhe conferia agilidade. Foi o que faltou neste primeiro capítulo de “Amores Roubados”.

Os personagens foram um a um apresentados calmamente. E ficou bem claro a função de cada um deles na trama. Leandro (Cauã Reymond) é o Don Juan que degusta vinhos com a mesma sede com a qual leva mulheres para cama. Já sabemos que as damas da sociedade Isabel (Patrícia Pillar) e Celeste (Dira Paes) caem em sua lábia. E já conhecemos os respectivos maridos cornos (Murilo Benício e Osmar Prado). Por um prólogo que acontece no futuro, ficamos sabendo que as coisas não vão terminar nada bem para o rapaz. Também já houve o encontro com a mãe prostituta (Cássia Kis Magro), de quem ele sente vergonha, e com a sua amada Antônia (Ísis Valverde), filha do poderoso da região que ainda não sabe que é corno. E Irandhir Santos vive o cagueta da história. Tudo bem, não fosse o fato de que já sabíamos disso tudo pelas chamadas.

Direção primorosa, cenários maravilhosos e fotografia deslumbrante faziam parte da expectativa. Também o elenco afiadíssimo, que mistura rostos conhecidos do horário nobre da Globo com atores que fazem do cinema nordestino o melhor do Brasil. O resto, ficou devendo em história, que teremos que acompanhar nos próximos nove capítulos.

Nilson Xavier/Portal Uol