27 de abril de 2024
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Iemanjá, mitologia e homenagem a sambistas marcam último desfile de carnaval na Capital

Sem chuva para atrapalhar, mais de 10 mil foliões prestigiaram segunda noite de carnaval

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Cerca de 12 mil pessoas lotaram último dia de desfiles das escolas de samba na Praça do Papa, em Campo Grande, e a segurança ficou por conta dos 100 policiais militares e 30 guardas municipais. Os desfiles começaram com uma hora de atraso, iniciando às 20h.

Com 450 integrantes, a escola Deixa Falar  foi a primeira se apresentar, com o tema "Cantos, Contos  e Encantos que a Bahia Tem". A homenagem foi a Iemanjá. O público não perdeu nenhum detalhe e a cada movimento da bateria, os aplausos aumentavam.

Wanderson Lara

Segundo o presidente da escola Salvador Dódero, fazer o desfile deste ano foi um desafio, pois os recursos foram liberados apenas uma semana antes do Carnaval, o que acabou prejudicando os trabalhos e a escola teve que improvisar de última hora.

"Tivemos pouco tempo, optamos por uma tema fácil para desenvolver. O serviço ficou acumulado, a verba saiu semana passada, fomos para São Paulo no domingo", conta. A Deixa Falar teve um investimento de 45 mil.

Já a segunda escola Unidos da Vila Carvalho emocionou o público e arrancou aplausos da plateia durante todo desfile. Com 600 integrantes, a escola apresentou o tema “Lendas, Mitos e Mistérios.”

De acordo com o coreógrafo da Vila Carvalho, Robson Simões, para não passar por dificuldades como outras escolas, eles trabalharam na montagem e organização do desfile com recursos próprios para não depender do poder público. "A gente montou com dinheiro próprio, fizemos festas, pasteladas e promovemos eventos. O dinheiro que recebemos da Prefeitura e Estado ajuda, mas como atrasa acaba prejudicando os trabalhos das escolas", comenta.

A terceira apresentação foi por conta da Catedráticos do Samba que comemorou os 37 anos da escola, com o tema “Deus quer, o homem sonha a obra nasce”. Ela foi fundada por Carlos Pulquerio, o Carlão, apaixonado por samba.


Segundo o integrante Elvis Cavaquinho, a escola contou com recursos próprios, além da verba destinada pela prefeitura e estado para as escolas.

A quarta apresentação é da escola Unidos da Cruzeiro, que também prestou homenagem ao seu fundador João Renato Guedes, o Picolé que completa dez anos de saudades. Eles contaram com 380 integrantes e o tema “Vida, Futebol, Samba, Carnaval".

Thierry Guedes, filho do fundador da escola,  lamentou que a verba tenha sido liberada em cima da hora, o que para ele acabou prejudicando os trabalhos. "Faltou tempo, infelizmente saiu muito tarde", lamenta.  A escola teve um investimento de 35 mil.

A última apresentação foi da escola Igrejinha que teve como tema “Tia Eva”, mostrando a força de São Benedito que deu a Tia Eva, coragem, garra, conhecimento das ervas o seu dom de benzedeira.

Reclamação

A falta de lixeiras e de lugar para sentar estava entre as reclamações de quem venho de longe para prestigiar e acompanhar de perto os desfiles. Segundo a PM, cerca de quatro mil pessoas ficaram em pé.

Para a estudante Bianca Miranda, 18 anos, faltou espaço e mais arquibancadas para o público. "Muita gente em pé, arquibancadas não foram suficientes", conta.

Já a dona de casa, Marineide Vaz, de 40 anos, disse que a prefeitura deveria investir em mais lugares, até porque muitos trazem filhos e não tem onde sentar. "A gente que leva as crianças, tem pouco espaço. Até porque é uma vez por ano, deixou a desejar", lamenta.

A cozinheira Edineia Kappeler, de 28 anos, reclama que não encontrou lugar para jogar o lixo.” Difícil, não encontrei nenhum lugar", disse.

Segundo o coordenador do Carnaval 2015 Valdir Gomes, a prefeitura contratou uma empresa, mas que de última hora foi avisado que não tinha lixeiras.

Estrutura

 A Sesau ( Secretaria Municipal de Saúde) disponibilizou uma unidade de pronto atendimento, com quatro técnicos de enfermagem, um médico e uma enfermeira.

Com 40 banheiros químicos, uma praça de alimentação, e arquibancadas para atender em média um público de 8 mil pessoas.

O local contou com 60 guardas municipais, 5 homens do Corpo de Bombeiros, 41 homens mulheres da Polícia Militar, além de uma viatura do Samu (Serviço de Atendimento Movél de Urgência).


Mais recursos

A equipe de reportagem do MS Notícias conversou com a presidenta da Fundac, Juliana Zorzo sobre as reclamações dos carnavalescos quanto ao atraso no repasse das verbas do carnaval.

Juliana explicou que a prefeitura teve dificuldade em liberar a verba por conta da crise financeira herdada da administração anterior.

No entanto, ela antecipou que está em busca de apoio da bancada federal para que seja feita uma emenda com intuito de destinar mais recursos para as escolas da Capital.

"Estamos esperando o apoio deles, para que o ano que vem possa ser feito um carnaval com mais qualidade", afirma Juliana.