25 de abril de 2024
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EVENTO

Em MS, palestinos lembram 37 anos do massacre de Sabra e Chatila

E em Corumbá, praça com nome da Palestina é inaugurada com danças e orações

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Há 37 anos, no dia 16 de setembro de 1982, milícias e tropas de ocupação israelenses atacaram de surpresa os campos de refugiados civis palestinos e libaneses de Sabra e de Chatila, no sul do Líbano. Os ataques duraram três dias e deixaram mortos cerca de três mil homens, mulheres e crianças, num dos mais bárbaros e covardes crimes da história da Humanidade.

Em Mato Grosso do Sul, migrantes e descendentes palestinos lembraram a data como um marco de inspiração para a resistência e a luta pela autonomia de sua terra. Em Corumbá, essa lembrança teve um ingrediente extra: a inauguração da Praça Palestina, denominação que nasceu de uma proposta do vereador Roberto Façanha, foi aprovada pela câmara Municipal e sancionada pelo prefeito Marcelo Iunes (PSDB), que é neto de imigrantes sírio-libaneses. 

Para o líder árabe em Corumbá, Omar Faris, a comunidade palestina local protesta com veemência contra a ocupação israelense que já dura há mais de 71 anos. Sobre o massacre, mostra indignação e tristeza: “As tropas usaram armamento químico, cujo uso é proibido pela ONU e pelas leis internacionais, que não fizeram nada contra os criminosos. Ariel Sharon era Ministro da Defesa e Menahem Begin o primeiro-ministro”, rememora. “Sabra e Chatilas abriram dois ferimentos em cada coração palestino”, afirma.

A psicóloga Ashjan Sadique Adi faz um percurso no tempo para recordar o doloroso episódio: “Os acampamentos estavam sob ocupação das forças armadas de Israel, que haviam invadido o Líbano e nada fizeram para impedir a matança. Pelo contrário: relatórios oficiais e depoimentos de sobreviventes apontam que o massacre de civis desarmados foi incentivado pelo governo israelense, especialmente por seu ministro da Defesa, Ariel Sharon”.

Localizada na bela e histórica Avenida General Rondon, e num ponto de onde se tem uma das mais amplas e panorâmicas vistas da cidade, a Praça Palestina será utilizada como ponto de encontro e de serviços de cunho social para envolver a comunidade palestina, segundo Omar Faris. Danças, orações, pronunciamentos e um ambiente de alegre confraternização ilustraram esse momento tão significativo para o povo árabe.

Além de Omar Faris, do prefeito Marcelo Iunes e do vereador Roberto Façanha, participaram do evento o presidente da Sociedade-Árabe-Palestina Brasileira, Munther Safa, a coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino de São Paulo, Soraia Misleh, o presidente da Sociedade Árabe-Palestina de Brasília, Kahaled Nasser, e o presidente do Instituto Brasil-Palestina de São Paulo, Ahmed Shehada.