Manifestantes realizam uma greve nacional e tem entrado em confronto com forças de segurança nesta quarta-feira (9), enquanto o presidente Lenín Moreno se recusa a renunciar ou revogar as medidas de austeridade que desencadearam os piores tumultos em uma década.
Não há trânsito nas ruas e os negócios fecharam cedo em Quito e outras cidades durante a paralisação. As forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo para dispersar centenas de manifestantes que marchavam perto do palácio presidencial no centro da capital Quito.
Manifestações violentas começaram por todo o país de 17 milhões de habitantes quando Moreno cortou os subsídios dos combustíveis, parte de um pacote de medidas alinhado a um empréstimo de US$ 4,2 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Conaie, principal grupo indígena que levou cerca de 6 mil membros de áreas vizinhas de Quito à capital, disse que o governo Moreno está se comportando como uma "ditadura militar" ao declarar um estado de emergência e estabelecer um toque de recolher noturno.
Barricadas
Manifestantes voltaram a montar barricadas com escombros nas ruas na manhã desta quarta-feira, e as próprias forças de segurança interditaram uma grande ponte na cidade litorânea de Guayaquil para impedir protestos.
Moreno, de 66 anos, que sucedeu o líder de esquerda Rafael Correa em 2017, transferiu o governo para Guayaquil, onde tem havido menos tumultos do que em Quito.
Ele defendeu suas medidas econômicas e desafiou os pedidos de renúncia.
Há dias os manifestantes marcham e montam barricadas nas ruas com pneus em chamas. Jovens mascarados lançaram pedras contra as forças de segurança, que reagiram com gás lacrimogêneo e canhões de água.
As autoridades prenderam quase 700 pessoas em uma semana de distúrbios, e dezenas de policiais ficaram feridos.