26 de abril de 2024
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Pesticidas que causam câncer, contaminam águas da Capital e interior

Crescimento acelerado da contaminação assusta profissionais da sáude

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O Ministério da Saúde constatou presença de 27 agrotóxicos nas águas consumida por moradores de Campo Grande e outros 64 municípios de Mato Grosso do Sul. Cerca de dezesseis desses pesticidas são extremamente tóxicos, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses, podem causar câncer e má-formação do feto. 

As informações são de reportagem especial da Agência Pública e Repórter Brasil. Segundo os jornais, os dados do Ministério da Saúde foram obtidos e tratados em investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye. As informações são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento.

Segundo o levantamento a contaminação avança em velocidade. Em 2014, 75% dos testes detectaram os agrotóxicos. No ano seguinte, a porcentagem subiu para 84%, e em 2016 88%, em 2017 atingiu os 92%. A esse ritmo em menos de dois anos não haverá água limpa no país, detalha o levantamento.  

Os testes revelados são divulgados à população, de forma branda, aveludada, com intuito de tornar compreensível a gravidade do fato. No entanto, a reportagem explica que ao beber da água contaminada o brasileiro corre o risco de morte eminente. Um mapa foi divulgado pela agências, isso com o intuito de alertar a população. 

Profissionais da saúde estão assustados com o alerta. “A situação é extremamente preocupante e certamente configura riscos e impactos à saúde da população”, afirma a toxicologista e médica do trabalho Virginia Dapper. O tom foi o mesmo na reação da pesquisadora em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco, Aline Gurgel: “dados alarmantes, representam sério risco para a saúde humana”.

Entre os agrotóxicos encontrados em mais de 80% dos testes, há cinco classificados como “prováveis cancerígenos” pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos e seis apontados pela União Europeia como causadores de disfunções endócrinas, o que gera diversos problemas à saúde, como a puberdade precoce. Do total de 27 pesticidas na água dos brasileiros, 21 estão proibidos na União Europeia devido aos riscos que oferecem à saúde e ao meio ambiente.

A falta de monitoramento também é um problema grave. Dos 5.570 municípios brasileiros, 2.931 não realizaram testes na sua água entre 2014 e 2017.