26 de abril de 2024
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Dia Nacional

Secretaria de Saúde da Capital lança Comitê de Prevenção da Sífilis Congênita

"A criação do Comitê atende recomendações do Ministério da Saúde que desde 2016 tem registrado aumento nos casos de sífilis"

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No terceiro sábado de outubro é comemorado o Dia Nacional do Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita e para celebrar a data a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) de Campo Grande lança nesta quarta-feira (18) o Comitê de Prevenção da Sífilis Congênita e de Investigação da Transmissão Vertical do HIV, HTLV (vírus linfotrópico da célula T humana), Sífilis e Hepatites Virais. O evento acontece na Câmara Municipal, às 9h e vai contar com a presença do secretário de Saúde, Marcelo Luiz Vilela Brandão e de representantes de diversos setores da sociedade.

No mesmo dia, a SESAU por meio do Grupo Condutor Municipal da Rede Cegonha de Campo Grande e em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realiza o I Fórum Perinatal Regional como o tema: Linha de cuidado ao recém-nascido com sífilis congênita. O encontro será no Auditório Multiuso da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), às 13h, e contará com a presença da médica neomatologista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas/SP), Roseli Calil. O evento á aberto e as inscrições podem ser feitas no local.

O Comitê terá a finalidade de analisar as circunstâncias da ocorrência dos casos de sífilis congênita e a transmissão vertical de infecções sexualmente transmissíveis da mãe para o bebê durante a gestação e no parto. O órgão tem a função consultiva, normativa, deliberativa e de investigação, vinculado à SESAU.

Ele será composto por instituições e entidades representativas que devem designar os membros permanentes e suplentes, como: da Sociedade de Pediatria e Sociedade de Ginecologia, ambas de Mato Grosso do Sul; de representantes da SES; de hospitais e centros obstétricos (Santa Casa, CASSEMS, UNIMED, Maternidade Cândido Mariano e outros); e de diversas gerências técnicas e coordenadorias da SESAU.

A criação do Comitê atende recomendações do Ministério da Saúde que desde 2016 tem registrado aumento nos casos de sífilis. Em Campo Grande, de janeiro a setembro de 2017 houve um crescimento de 17,55% dos casos notificados em relação a todo ano anterior. Foram notificados 663 casos da sífilis adquirida contra 564 em todo o ano de 2016. Sífilis adquirida são os casos da doença diagnosticada em homens e mulheres (não gestantes) da população em geral.

Casos

Em gestantes foram registrados 296 casos de janeiro a setembro de 2017, enquanto que no mesmo período do ano passado, 303 grávidas foram diagnosticas. Já o caso da sífilis congênita, que é transmitida da mãe para o bebê foram 96 casos notificados de janeiro a setembro de 2017, ante 106 notificações no mesmo período de 2016.

A sífilis tem cura e é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e transmitida de uma pessoa infectada para outra durante o sexo desprotegido, através da transfusão de sangue e da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou no parto. A doença pode se manifestar em três estágios e os maiores sintomas ocorrem durante as duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintomas, e, por isso, dá-se a falsa impressão de cura da doença.

Sintomas

Entre 7 a 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado surgem os primeiros sintomas que são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços (ínguas) nas virilhas. Elas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz, todavia, a pessoa continua doente e transmitindo a doença em relações sexuais desprotegidas.

Algum tempo após o período inicial da doença, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e quedas dos cabelos. Esses sintomas também desaparecem, dando a ideia de melhora. Entretanto a doença pode fica estacionada por meses ou anos, até que surgem as complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar a morte.

Quando não há evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial. Mas, como o exame busca por anticorpos contra a bactéria, só pode ser feito trinta dias após o contágio.

Diagnóstico

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a doença na forma congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O exame está disponível para a população em geral em todas as unidades básicas de saúde (UBS) e de saúde da família (UBSF) e são realizados pelos enfermeiros.

Durante a gestação o teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.

Tratamento

Após o diagnóstico da sífilis, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e é recomendado pelo profissional de saúde. Os parceiros das gestantes também precisam fazer o teste e ser tratados, para evitar uma nova infecção da mulher. No caso das gestantes, é muito importante que o tratamento seja feito, pois é o único método capaz de tratar a mãe e o bebê. Nos casos de sífilis em bebê, a criança necessita ficar internada para tratamento por 10 dias. O parceiro também deverá receber tratamento para evitar a reinfecção da gestante e a internação do bebê. (Com assessoria).