Com a inflação dando sinais de desaceleração, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide nesta quarta-feira (18) o rumo da Taxa Selic. A expectativa gira em torno de uma possível pausa no ciclo de alta, mas parte do mercado ainda aposta em uma última elevação.
Atualmente em 14,75% ao ano, a taxa básica de juros está no maior patamar desde 2006. Desde setembro do ano passado, o Copom realizou seis aumentos consecutivos, diante da persistência inflacionária.
Segundo o boletim Focus, a projeção é de que a Selic permaneça nesse patamar até o fim de 2025. Só a partir de 2026 começaria um movimento de corte gradual nos juros.
No entanto, há analistas que preveem uma elevação para 15% ao ano nesta reunião. Eles argumentam que a inflação ainda está acima da meta e que alguns preços, como energia elétrica, seguem pressionando o índice.
Em sua última ata, o Copom afirmou que a economia já começa a sentir os efeitos do aperto monetário. O colegiado ressaltou a necessidade de aguardar a desobstrução dos canais de transmissão da política monetária.
O IPCA de maio confirmou o cenário de arrefecimento, com alta de 0,26%, acumulando 5,32% em 12 meses. Ainda assim, o número segue acima do teto da meta de 4,5% estipulada pelo novo regime de metas contínuas.
De acordo com o boletim Focus, a projeção de inflação para 2025 caiu para 5,25%. Há um mês, essa estimativa era de 5,5%, o que reforça a leitura de que o ciclo de alta pode estar perto do fim.
A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. Juros altos reduzem o consumo e encarecem o crédito, mas também freiam a atividade econômica.
Apesar disso, os bancos consideram outros fatores ao definir os juros cobrados ao consumidor, como inadimplência, custos operacionais e margens de lucro.
A cada 45 dias, o Copom se reúne para revisar a Selic. A decisão ocorre sempre no segundo dia do encontro, após uma série de apresentações técnicas sobre o cenário nacional e internacional.
Com o regime de meta contínua, a inflação agora é medida em janelas móveis de 12 meses. Isso permite monitoramento mais constante, embora aumente o desafio de comunicação da política monetária.
O último Relatório de Inflação, publicado em março, prevê IPCA de 5,1% no fim de 2025. A nova projeção será divulgada no final de junho, com possíveis ajustes diante do comportamento do dólar e dos preços administrados.
A decisão de hoje do Copom será acompanhada de perto pelo mercado. A expectativa é de que o comunicado traga mais clareza sobre os próximos passos da autoridade monetária.