29 de março de 2024
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Impacto da alta da gasolina será de 2% a 2,5% nos postos, afirma Mantega

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o reajuste do preço da gasolina anunciado na última sexta-feira deverá ter um impacto de 2% a 2,5% na bomba dos postos de combustíveis.

Segundo Mantega, o governo busca a convergência dos preços dos combustíveis pela Petrobrás, mas ressaltou que esse processo deve ocorrer num horizonte de longo prazo, dado que altas substanciais em períodos curtos de tempo podem trazer impactos indesejáveis à inflação.

"Buscamos a convergência dos preços internacionais (dos combustíveis). Demos mais de 30% de reajuste combustível nos últimos anos, com inflação de menos 15%", ponderou. "Apesar de buscar convergência dos combustíveis, a inflação não pode ficar em 2º plano", disse.

Perguntado sobre sua avaliação relativa à queda das ações da petrobrás na manhã desta segunda-feira , o ministro disse que não pode acompanhar a abertura do mercado, pois participou de evento em São Paulo, mas destacou: "as ações de empresas flutuam. Não tenho nada que comentar sobre isso. O mercado vai se reajustar, que é competitivo", disse. Preços. O ministro destacou que se não fosse a depreciação do real ante o dólar registrada desde o segundo trimestre, o País teria paridade dos preços dos combustíveis com os internacionais. "Em maio, a gasolina no Brasil ficou parecida com o preço no golfo do México", destacou. "Ai veio o Fed e desalinhou o cambio, e não temos como acompanhar essas flutuações exageradas." Ele fez o comentário referindo-se aos sinais de que o Federal Reserve poderia iniciar a redução gradual da política de afrouxamento quantitativo. "Essas correções podem ser feitas ao longo do tempo", ponderou. Mantega também destacou que o preço mundial do barril do petróleo registrou aumentos expressivos neste ano em função de várias questões envolvendo o Oriente Médio, especialmente as relativas à Síria, Irã e Líbia. O ministro da Fazenda afirmou que "gostaria muito" que a Petrobrás tivesse lucros maiores, pois isso iria gerar dividendos ainda mais expressivos ao governo. Mantega destacou que o setor produtor de etanol passa por problemas conjunturais e que o governo avalia que é um segmento muito importante para o País e que deverá continuar expandindo nos próximos anos. "Vamos resolver esse problema no futuro próximo, com preços de gasolina mais elevados, o que vai ajudar na questão do etanol", ponderou. Mantega ressaltou que o preço do gás precisa baixar, o que está diretamente relacionado com as revendedoras do produto, que têm margens de lucro elevadas. O ministro fez os comentários durante palestra proferida num evento com empresários em São Paulo, realizado pela Corpora Estratégia e Comunicação.

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