23 de abril de 2024
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SAÚDE

A importância da vacinação e as fakes news criadas sobre o tema

As informações que circulam na internet sobre possíveis riscos da vacinação são infundadas

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Uma pesquisa publicada em novembro de 2019 pela sociedade médica em parceria com a organização não governamental Avaaz revelou que sete em cada dez brasileiros acreditam em fake news sobre vacinação.

O problema é grave.

Doenças que eram consideradas erradicadas, como sarampo, poliomielite, rubéola e difteria estão voltando. Até novembro de 2019, quase 13,5 mil casos de sarampo foram registrados no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.

As crianças são o grupo mais vulnerável nestes casos, porque ainda estão com o sistema imunológico em formação.

Neste artigo, esclareceremos 7 mitos sobre a vacinação, mas antes é importante entender a importância do acompanhamento do médico pelo pediatra para orientação e esclarecimentos sobre o sistema de imunização das crianças.

As informações que circulam na internet sobre possíveis riscos da vacinação são infundadas. O calendário de vacinação infantil em vigor no país é resultado de muitos anos de pesquisas científicas para proteger a saúde das crianças e erradicar doenças.

O pediatra é o profissional que detém conhecimento confiável sobre esse assunto, portanto é a pessoa apta a esclarecer todas as dúvidas dos pais e responsáveis. É imprescindível consultá-lo com a frequência indicada e seguir suas orientações com rigor.

MITOS E VERDADES SOBRE VACINAÇÃO

1. Crianças que se alimentam bem e são cuidadas em ambientes saudáveis têm imunidade forte, por isso não precisam se vacinar.

MITO. Aleitamento materno, alimentação adequada a partir dos 6 meses de idade e condições de higiene básicas são fatores fundamentais para a manutenção da saúde da criança, mas não suficientes para evitar infecções perigosas.

Respeite o calendário de vacinação indicado pelo médico.

2. Vacina pode causar autismo em crianças

MITO. Em 1998, o ex-pesquisador e ex-cirurgião britânico Andrew Wakefield publicou um artigo que fazia essa relação. De acordo com ele, 12 crianças apresentaram sinais de autismo depois da vacinação.

No entanto, essa tese foi derrubada, porque foi comprovado que, entre as 12 crianças avaliadas, três não eram portadoras do transtorno, cinco já tinham sido diagnosticadas antes de tomarem as vacinas e a maioria não apresentava inflamações intestinais relacionadas ao autismo.

Diversos outros estudos científicos de qualidade desmentiram a tese de Andrew Wakefield, mas essa pesquisa sem consistência e provas se espalhou na internet nos últimos anos. Consulte um pediatra para se informar sobre as reais causas do autismo.

3. Vacinas são instrumentos para enriquecimento da indústria farmacêutica

MITO. Os avanços científicos da medicina são responsáveis pela queda da mortalidade no mundo por infecções nas últimas décadas, principalmente da mortalidade infantil.

Graças às vacinas, mais de 3 milhões de vidas são salvas a cada ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

4. Os efeitos colaterais das vacinas são perigosos e a vacinação pode até ser fatal

MITO. São as doenças evitadas pelas vacinas que podem ser fatais ou causar danos irreversíveis. Sarampo pode matar ou causar encefalite e cegueira, e poliomielite pode causar paralisia, por exemplo.

É verdade que há casos onde ocorrem reações do organismo às vacinas, mas são efeitos leves, passageiros e facilmente controláveis, como febre rápida e dor no local da aplicação.

Um pediatra pode informar quais são os possíveis efeitos colaterais e o que fazer para minimizá-los.

5. Não há controle de qualidade das vacinas que chegam aos postos e clínicas de saúde.

MITO. Antes de chegarem aos postos e clínicas, as vacinas são avaliadas rigorosamente e aprovadas por instituições confiáveis.

Todas as etapas de produção são controladas e, depois de licenciadas pela Anvisa (órgão ligado ao Ministério da Saúde), as vacinas seguem um protocolo de segurança e monitoramento que garante que chegarão ao destino com a qualidade  necessária.

6. Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo em uma criança é perigoso, pois sobrecarrega seu sistema imunológico.

MITO. Inúmeros estudos científicos foram feitos para garantir a segurança da saúde das pessoas ao receber uma ou várias vacinas ao mesmo tempo.

A tríplice viral, por exemplo, protege contra sarampo, caxumba e rubéola de uma vez só, ou seja, tem a vantagem de serem três vacinas em apenas uma injeção.

Mais uma vez, vale lembrar que o pediatra é o profissional apto a indicar quais vacinas devem ser tomadas isoladamente e quais podem ser recebidas no mesmo dia.

7. Não faz diferença adiantar ou atrasar as datas da vacinação.

MITO. O pediatra deve aconselhar os riscos de não se respeitar o calendário de vacinas, mas é importante saber que adiantar a vacinação pode influenciar negativamente os resultados da imunização e atrasar deixa a criança mais tempo vulnerável aos agentes causadores das doenças.