26 de abril de 2024
Campo Grande 24ºC

TENSÃO MILITAR

Após Seul e EUA, Coreia do Norte dispara 8 mísseis

Logo depois, Washington e Seul fizeram um lançamento semelhante

A- A+

Domingo (5.jun), a Coreia do Norte, do ditador Kim Jong-un fez exercícios militares disparando 8 mísseis, um dia após a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizarem exercícios militares. A movimentação militar é considerada uma resposta do ditador aliado de Valdimir Putin.  

Horas mais tarde, Washington e Seul fizeram um lançamento semelhante, inclusive com o mesmo número de projéteis. 

O Estado-Maior Conjunto sul-coreano afirmou que os aliados lançaram mísseis terra-terra do sistema ATACMS contra alvos no Mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão.

A ação, que durou dez minutos, aconteceu um dia depois de Pyongyang ter lançado oito mísseis balísticos de curto alcance após exercícios conjuntos EUA-Coreia do Sul que mobilizaram um porta-aviões.

"Nosso exército condena veementemente a série de mísseis balísticos provocadores e exige o fim dos atos que aumentam as tensões militares na península", acrescentou o Estado-Maior.

O Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos afirmou que foram lançados um míssil americano e oito sul-coreanos a partir do nordeste da Coreia do Sul durante o exercício com o objetivo de demonstrar sua capacidade de "responder rapidamente a momentos de crise".

O regime ditador norte-coreano intensificou o programa de desenvolvimento de armas em 2022, apesar das sanções econômicas contra Pyongyang.

Funcionário de alto escalão da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, assim como analisas, acreditam que o país liderado por Kim Jong Un se prepara para executar um teste nuclear.

Os disparos desta segunda-feira representam a segunda demonstração de força conjunta entre Seul e Washington desde a posse do novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, que defende uma postura mais firme contra Pyongyang (Cidade na Coreia do Norte).

Desde o início do ano, o regime liderado por Kim Jong-un realizou 18 testes de armas envolvendo dezenas de mísseis —mais testes do que a somatória dos realizados nos dois anos anteriores. Os lançamentos deste domingo foram feitos da região de Sunan, na capital, e de outros três locais, de acordo com informações dos militares sul-coreanos.

O presidente americano, Joe Biden, que realizou sua primeira viagem à Ásia como líder dos EUA no mês passado, disse durante uma entrevista coletiva com seu homólogo sul-coreano que Washington implantaria ativos estratégicos, se necessário, para deter a Coreia do Norte.

O Japão também reagiu ao lançamento. O ministro da Defesa, Nobuo Kishi, descreveu o exercício norte-coreano como uma frequência sem precedentes. "Podemos dizer que o grande número de lançamentos, de pelo menos três lugares em um curto período como este, é incomum", disse. "Este é um ato que não pode ser tolerado."

O Comando Indo-Pacífico dos EUA, voltado para a região situada entre a costa do oceano Pacífico e a do Índico, afirmou em comunicado que os múltiplos lançamentos reforçam o "esforço desestabilizador do programa de armas ilícitas da Coreia do Norte", mas que o evento não representa uma ameaça imediata.

Os lançamentos deste domingo também ocorreram durante uma visita a Seul de Sung Kim, funcionário dos EUA e ex-secretário-adjunto de Estado para Assuntos do Leste Asiático e do Pacífico. Ele se encontrou com autoridades sul-coreanas e japonesas na sexta (3) para discutir a possibilidade de a Coreia do Norte realizar um teste nuclear.