Os organizadores dos churrascos em frente a agências do Bradesco não entendem o que está passando.
Eles não entendem que não conseguirão frear a mudança de comportamento, que tende globalmente para um consumo mais moderado de carne.
Não entendem que o discurso de "sustentamos o PIB" e "somos difamados pelos ambientalistas" só cola com as bestas reacionárias ora no poder – e que provavelmente serão defenestradas nas próximas eleições.
Os caras não conseguem ver que poderiam se dar bem se abraçassem a causa das sustentabilidade –em vez de atacá-la e ridicularizá-la. Monstrengos do setor, como JBS e BRF, conseguem ver. Não dá para dizer que essas empresas sejam a Greta Thunberg.
A obtusidade dessa gente não lhes deixa perceber que a tática da chantagem e da intimidação é um baita de um tiro no pé.
O tamanho do recibo que os pecuaristas passaram ao exibir as garras é proporcional à força do movimento para reduzir o consumo de carne.
Rugir e eriçar os pelos bem na segunda-feira – para zombar dos defensores da segunda sem carne – foi de uma estultícia atroz. Só chamou atenção para o movimento.
O Bradesco se acovardou e recuou, por enquanto. Mas é óbvio que outras empresas sabem que a mensagem de reduzir a destruição do planeta não é lengalenga de maconheiro do centro acadêmico. É algo tão sólido e forte que apavora os machões do churrasco do banco.
FONTE: COZINHA BRUTA