26 de abril de 2024
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Churrasco para intimidar Bradesco é estratégia burra

Pecuaristas passaram recibo de que estão apavorados com a força do movimento que defende um menor consumo de carne

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Os organizadores dos churrascos em frente a agências do Bradesco não entendem o que está passando.

Eles não entendem que não conseguirão frear a mudança de comportamento, que tende globalmente para um consumo mais moderado de carne.

Não entendem que o discurso de "sustentamos o PIB" e "somos difamados pelos ambientalistas" só cola com as bestas reacionárias ora no poder – e que provavelmente serão defenestradas nas próximas eleições.

Os caras não conseguem ver que poderiam se dar bem se abraçassem a causa das sustentabilidade –em vez de atacá-la e ridicularizá-la. Monstrengos do setor, como JBS e BRF, conseguem ver. Não dá para dizer que essas empresas sejam a Greta Thunberg.

A obtusidade dessa gente não lhes deixa perceber que a tática da chantagem e da intimidação é um baita de um tiro no pé.

O tamanho do recibo que os pecuaristas passaram ao exibir as garras é proporcional à força do movimento para reduzir o consumo de carne.

Rugir e eriçar os pelos bem na segunda-feira – para zombar dos defensores da segunda sem carne – foi de uma estultícia atroz. Só chamou atenção para o movimento.

O Bradesco se acovardou e recuou, por enquanto. Mas é óbvio que outras empresas sabem que a mensagem de reduzir a destruição do planeta não é lengalenga de maconheiro do centro acadêmico. É algo tão sólido e forte que apavora os machões do churrasco do banco.

FONTE: COZINHA BRUTA