26 de abril de 2024
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Esforço

Com esforço e coragem, mulheres conquistam espaço em grupo especial de operações penitenciárias

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“Paixão, honra e orgulho do que faço são características que marcam a minha trajetória”, esse é o relato da agente penitenciária Maísa Rosa Rocha, primeira mulher a integrar o grupo especial que representa força de reação da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), criado há pouco mais de um ano.

Assim como Maísa, superação, força de vontade e garra traduzem a atuação das cinco agentes femininas que venceram barreiras e hoje atuam no Comando de Operações Penitenciária (Cope), formado por agentes penitenciários especializados em ações de intervenção, escolta de presos e revistas de segurança em presídios de Mato Grosso do Sul. Trabalhar de sobreaviso e sem rotina preestabelecida são características peculiares de quem exerce esse serviço.

Para as mulheres, o ingresso no Cope exigiu treinamentos físicos e psicológicos intensos.

Para as mulheres, o ingresso no Cope exigiu treinamentos físicos e psicológicos intensos, os mesmos destinados aos agentes masculinos, envolvendo resistência a câmaras de gás, longas horas em aulas de técnicas de defesa pessoal, conhecimento detalhado de armamento e tiro, entre outros. Agora, no dia a dia do serviço, também não é diferente: elas exercem as mesmas funções dos homens, desde escoltas a intervenções em unidades prisionais masculinas e femininas.

“A única diferença é que não realizamos revista corporal masculina, conforme previsto na legislação”, explica a agente Jackye Lee Magalhães Santos, que entrou no grupo como forma de superação pessoal. “Quando realizei o curso de preparação, eu estava amamentando meu filho de cinco meses ainda e com 10 quilos a mais. Então para mim foi muito puxado, mas fiquei feliz de ter sido chamada para integrar esse grupo tão importante para o sistema penitenciário”, comemora.

 

Apesar de ser cansativo, Jackye Lee garante que vale a pena cada esforço. “É prazeroso fazer o que a gente gosta. Somos fortes, muitas aguentam até mais que os homens e não podemos achar que não temos forças como os homens, porque a força está na mente, então conseguimos, sim, ir além dos limites”, afirma a servidora.

A oportunidade de fazer parte de uma nova geração na história da Agepen foi o que motivou a servidora Marilene da Silva Souza a ingressar no COPE. “Nunca sonhei em ser agente penitenciária, porém a oportunidade do concurso chegou, estabilidade financeira, e aprendi a gostar da profissão. Com a nova rotina, a imprevisibilidade impera, hoje estou aqui amanhã tenho que viajar, mas com a ajuda da família a gente consegue superar os desafios”, relata a agente, que atua na base do comando em Naviraí.

Superação, força de vontade e garra traduzem a atuação de 5 agentes femininas que atuam no Cope.

Quanto aos colegas de trabalho, Marilene fala sobre a adaptação em atuar em um ambiente masculinizado. “Somos parceiros e estamos sempre dispostos a nos ajudar, o bom trabalho de um pode garantir a vida do outro, seja homem ou mulher”, afirma.

A  agente Dilma Colman Delbane representa a atuação feminina no COPE em  Dourados. “A criação deste grupo era um sonho muito antigo da instituição e representou um grande avanço para nós, e uma coisa posso garantir, sou apaixonada pelo que faço”, comemora. “Somos treinadas e preparadas para o combate, não há distinção de sexo, não existe um favorecimento, estamos sempre prontas para entrar em ação no que for preciso”, garante, destacando que é primordial o aperfeiçoamento constante por meio de cursos.

Papel Feminino

O diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, destaca que,  assim as agentes do COPE, as mulheres trabalham em diversas funções importantes dentro do sistema penitenciário, pois, além da Segurança e Custódia, também atuam nas áreas de Assistência e Perícia e Administração e Finanças.

“Todas juntas contribuem, de forma harmônica, para o desenvolvimento das atividades. São guerreiras que fazem parte do sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul e provam que, com dedicação e coragem, é possível superar os limites e romper paradigmas”, agradece.