26 de abril de 2024
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Assassinato

Detido, adolescente de 16 anos não se arrepende de assassinato com 20 facadas

"O cara beijou minha mina e eu arrebentei na facada. É isso aí mesmo"

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Frieza e convicção quanto ao crime. Esses são fatores que podem ser observados no depoimento à polícia do adolescente de 16 anos apreendido pela morte de Wesley Gonçalves da Silva, 24, o 'Lelo', cujo corpo foi encontrado na última quarta-feira (28).

O adolescente foi detido nesta manhã junto de três comparsas, sendo dois deles menores de idade, em Ponta Porã e confessou o crime e diz que agiu sozinho motivado por ciúme. A vítima foi assassinada com mais de 20 facadas pelo corpo.

Segundo o portal 'Dourados News', o adolescente alegou que o crime foi motivado por ciúmes, após ver 'Lelo' beijar sua namorada, de 16.

“O cara beijou minha mina e eu arrebentei na facada. É isso aí mesmo 'mano', tem nada a negar não. Foi tudo eu mesmo que fiz essa fita aí 'véi' e já era”, disse, à reportagem do portal. 

O caso é tratado como latrocínio (roubo em assalto), pois o veículo da vítima, um Fiat Pálio, foi levado. Sobre o carro, o adolescente disse que levou para o Paraguai na tentativa de negociação. 

“O carro eu levei lá pro Paraguai e os ‘cara’ deu o golpe e não pagaram nós”, explicou.

Questionado sobre a morte de 'Lelo', o adolescente foi enfático. "Peguei ele daquele jeito que nem bandido faz”, disse, confirmando que não está arrependido.

O adolescente tenta ainda “justificar” o crime mencionando a idade da namorada. "Cara de 23 anos, pegar uma mina de 16 anos, o que vocês me falam disso daí? Arrebentei mesmo", disse.

O CASO

Três pessoas foram detidas pela Polícia Civil nesta sexta, em Ponta Porã, acusadas pelo crime, sendo o adolescente que confessou o assassinato, outro menor, de 17, e um jovem de 18. 

Conforme mostrado pelo 'Dourados News', informações apontaram que a adolescente de 16 anos mantinha caso com o acusado do latrocínio. 

A partir desse fato, o menor armou emboscada contra a vítima na companhia dos outros dois detidos. 

De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, responsável pelo caso, o casal havia se desentendido no relacionamento e nesse período, a menina passou a procurar emprego, quando conheceu 'Lelo' e se encontrou com ele no domingo (25).

Após passarem um tempo conversando, o rapaz e a jovem acabaram se beijando. 

Ainda conforme o delgado, no dia seguinte, o autor do crime chamou a namorada na tentativa de continuar o relacionamento amoroso e ao visitar página dela no Facebook, teria observado algumas mensagens deixadas pela vítima. 

Foi então que o menor passou a conversar com Wesley se passando pela jovem. 

Na terça, ainda usando o perfil dela, marcou encontro com ele na escola em que a jovem estudava e a mandou ir até o local. Por volta das 23h ele chegou no Fiat Pálio, estacionou e desceu ao avistá-la. 

O autor, na companhia do outro menor e de Weslley, cercaram a vítima e colocaram no carro, o levando para outro lugar, o qual não foi informado até o momento pela polícia. Lá, foram desferidos 25 golpes de faca que mataram o jovem. 

O corpo dele acabou desovado na madrugada de quarta-feira na rua Natal, próximo a Toca de Assis. Wesley foi reconhecido horas depois pela mãe e a namorada. 

Após o assassinato, o trio deixou Dourados em direção a Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. 

 
 
No país vizinho, venderam o carro, mas acabaram não recebendo o dinheiro após o comprador descobrir que se tratava de produto de latrocínio. 

Já no início da tarde desta sexta-feira (30), eles foram encontrados em uma casa na cidade da fronteira.