19 de julho de 2025
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INVESTIGAÇÃO

Ex-diretor do Consórcio Guaicurus chora na CPI do Transporte na Capital de MS

Campo Grande, com quase um milhão de habitantes, não possuir estrutura adequada para o transporte coletivo

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o transporte coletivo em Campo Grande (MS) realizou mais uma oitiva nesta 2ª feira (17.jun.25).

O depoente foi João Resende, ex-diretor do Consórcio Guaicurus, que esteve à frente da empresa de 2012 até janeiro deste ano.

Logo no início, Resende questionou se os vereadores haviam lido as mais de 7 mil páginas do contrato da concessão.

O presidente da CPI, vereador Dr. Lívio (União), pediu que o depoente se limitasse a se apresentar.

Apesar da interrupção, Resende seguiu criticando o conhecimento dos parlamentares sobre o contrato.

A sessão teve momentos de embate direto entre o ex-diretor e o presidente da comissão.

Resende afirmou que, caso fosse novamente interrompido, optaria por usar o direito ao silêncio.

Disse ainda que só responderia à imprensa caso a postura dos vereadores continuasse a mesma.

Durante a oitiva, o ex-diretor confirmou que possui 2% de participação no consórcio.

No entanto, se recusou a informar os lucros obtidos com a concessão.

Acusou a CPI de não estar interessada na verdade e afirmou que deveria ser procurado apenas quando quisessem ouvi-la.

Também criticou a falta de corredores exclusivos de ônibus na capital sul-mato-grossense.

Questionou o uso de recursos federais destinados à mobilidade urbana na cidade.

Segundo ele, o consórcio não deve adquirir novos ônibus enquanto a prefeitura não quitar débitos em aberto.

Citou ainda a ausência de um reequilíbrio financeiro previsto no contrato.

Ao final da sessão, foi questionado pelo vereador Wilson Lands (Avante) sobre soluções para o sistema de transporte.

Respondeu que o problema é antigo e que a situação vem se agravando nos últimos anos.

Lamentou o fato de Campo Grande, com quase um milhão de habitantes, não possuir estrutura adequada para o transporte coletivo.

Visivelmente emocionado, Resende afirmou que deixava a Câmara com a “alma lavada”.

O depoente foi amparado pelo advogado e pelo filho, que o acompanhavam durante a sessão.

A CPI segue apurando possíveis irregularidades na operação do transporte coletivo urbano da capital.