Mato Grosso do Sul deve ter um incremento de até 5% neste ano no valor bruto da produção (VBP) da indústria frigorífica, que no ano passado encerrou em R$ 14,2 bilhões e, com a estimativa, pode chegar a R$ 15 bilhões em 2020.
No Estado operam 110 empresas de proteínas de origem animal, responsáveis pelo emprego de 27.213 mil trabalhadores.
A receita obtida de janeiro a dezembro de 2019 com as exportações foi de US$ 1 bilhão, um aumento de 17% em relação ao mesmo período de 2018, sendo que 42,7% do total alcançado é oriundo das carnes desossadas congeladas de bovino, que totalizaram US$ 431 milhões. Os principais compradores foram Hong Kong, com US$ 168,24 milhões, Chile, com US$ 143,91 milhões, Emirados Árabes Unidos, com US$ 84,19 milhões, China, com US$ 81,91 milhões, e Egito, com US$ 52,46 milhões.
O avanço no lucro do setor deve ser impulsionado pelo aumento da produção das principais proteínas de origem animal – bovina, suína, ave e peixes – graças ao aquecimento das exportações para a China.
Cenário - O presidente do Sicadems (Sindicato das Indústria de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Sérgio Capucci, explica que em um cenário extremamente positivo em que a epidemia do novo tipo de coronavírus na China esteja controlada e o mercado chinês volte a importar as proteínas animais, o crescimento do segmento pode até alcançar um avanço de 20%. “Estamos extremamente otimistas caso o mercado chinês volte a importar dos nossos frigoríficos. Para se ter uma ideia, o mercado chinês representa 50% da produção do meu frigorífico, o Naturafrig”, revelou.
Capucci relata que, se a China voltar à normalidade de compra, a projeção de crescer até 20% é muito provável, mas, caso isso não ocorra, o aumento será mais tímido, algo em torno de 5%. Atualmente, quatro frigoríficos de Mato Grosso do Sul estão habilitadas para exportar para a China pela Administração-Geral de Aduanas da China: Naturafrig, de Rochedo (MS); Frigosul, de Aparecida do Taboado (MS); AgroIndustrial Iguatemi, de Iguatemi (MS); e o Grupo JBS.
Para o presidente do Sicadems, uma diminuição da demanda do gigante asiático no mercado internacional pode resultar em queda de preços e, caso ocorram outros fatores negativos, o ano de 2020 pode ser tornar mais difícil para quem exporta. “Nossa mercado está atrelado ao comércio com a China, eles voltando a comprar, com certeza, será um ano muito bom para o segmento”, reforçou.
