26 de abril de 2024
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CAARAPÓ

Prefeito reitera foco no isolamento, mesmo sem casos no Município

Receita já caiu 40%, mas André Nezzi afirma que tudo deve ser eito para proteger vidas humanas

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Com pouco mais de 20 mil habitantes e a 8ª maior população indígena de Mato Grosso do Sul (cerca de cinco mil indivíduos), Caarapó não registrou nenhum caso de Covid-19 até agora. Em princípio, é um registro tranquilizador para a população e as autoridades, sinalizando a eficácia das medidas que vêm sendo tomadas pelo prefeito André Nezzi (PSDB) para a contenção da pandemia. Do toque de recolher à suspensão de atividades comerciais, aulas e eventos, o prefeito ataca em todas as frentes para que o isolamento social seja o mais amplo.

No entanto, algumas situações que escapam desses cuidados preocupam Nezzi e demais autoridades, entre as quais o secretário municipal de Saúde, Valberto Ferreira. Apesar das medidas de incentivo ao distanciamento social, algumas atividades não podem parar de funcionar, como as de saúde, abastecimento e segurança, e há ainda a concentração de três povos da etnia Guarany em quatro mil hectares da Terra Indígena. São cenários de acentuados contatos e circulação sociais, realizados muitas vezes sem os cuidados de prevenção.

PLANEJAMENTO

A Prefeitura tem a responsabilidade de estruturar os serviços e ajustá-los à emergência, orientar a comunidade e seguir um planejamento com os objetivos pré-estabelecidos. Um deles, considerado “absolutamente prioritário” por André Nezzi, é impulsionar os caarapoenses para que promovam o mais amplo isolamento social. “Vamos seguir nos prevenindo da melhor forma possível. As recomendações e determinações que constam dos nossos últimos decretos continuam em vigor”, assinala. O toque de recolher – que é fixado entre 21h e 5h, continua valendo. “Não vamos dar mole”, reitera Nezzi.

Com esse cuidadoso rigor Caarapó enfrenta a pandemia. O boletim divulgado na sexta-feira, 17, informava três casos suspeitos, três descartados, oito com monitoramento domiciliar, 38 altas de monitoramento (de quem completou o isolamento) e nenhum óbito. No meio da semana, antes da demissão de Luiz Henrique Mandetta, o prefeito repetia ser fundamental seguir os protocolos da Ciência e da Medicina. “Nós sabemos que a economia está sendo abalada, as receitas caem, o desemprego ronda. Mas a vida humana é insubstituível, precisa ser preservada”.

É esse o desafio prioritário de André Nezzi, razão pela qual decretou toque de recolher, restrições ao funcionamento do comércio e demais atividades econômicas. “Quanto menos gente nas ruas, melhor ppra todo mundo. Sem circulação de pessoas, o vírus também não circula”, insiste Nezzi, pontuando que o momento exige o máximo de atenção porque o Estado já registrou o chamado contágio comunitário. “O vírus não chegou aqui ainda, mas ele representa um perigo real. Vamos continuar nos cuidando. Tudo isso vai passar até que possamos retomar a nossa rotina normal”, enfatiza.

AJUSTES

A Prefeitura, por meio de sua equipe técnica, estuda outras providências para poupar o orçamento, seriamente corroído com a queda das receitas. Não é segredo nem surpresa para ninguém que o poder publico, em todos os estados e municípios brasileiros, estão sendo obrigados pela crise do Covid-19 a cortar drasticamente o custeio, reduzindo os salários mais altos, suspendendo pagamentos de diárias e contratos e outras formas de controle orçamentário. Tudo para que, entre outras emergências, sejam preservados os desembolsos indispensáveis, como é o caso dos salários de quem está na linha de frente do combate à pandemia.

Caarapó, todavia, não perdeu seus horizontes promissores, abertos por ações e projetos do programa de governo em execução. O prefeito construiu parcerias produtivas e tem apoio dos governos estadual e federal e conta com as bancadas parlamentares locais e nacionais da Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado. Só do Programa “Avançar Cidades”, do governo federal, o Município recebe as obras de infraestrutura com investimentos superiores a R$ 15 milhões.