A saída de dólares da economia brasileira superou a entrada de divisas em US$ 6,614 bilhões no mês de novembro, informou nesta quarta-feira (5) o Banco Central.
Segundo a instituição, essa foi a maior evasão de dólares do país desde dezembro do ano passado, quando US$ 9,331 bilhões deixaram a economia brasileira.
Na parcial dos 11 primeiros meses deste ano, US$ 11,761 bilhões entraram no Brasil acima do volume de retiradas.
A saída de dólares favoreceria, em tese, a alta da cotação da moeda norte-americana em relação ao real. Isso porque, com menos dólares no mercado, o preço tenderia, teoricamente, a subir.
Em novembro, de fato, houve aumento do preço da moeda norte-americana – que avançou 3,64%. Nos 11 primeiros meses do ano, o aumento foi de 16,44%.
Segundo analistas de mercado, além do fluxo de dólares, outros fatores influenciam a cotação da moeda:
- tensões ou alívio político decorrentes de anúncios do novo governo
- o processo gradual de alta dos juros nos EUA, que tende a atrair capital para aquela economia
- disputas comerciais entre economias desenvolvidas
- especulação financeira
Cotação do dólar
Nesta quarta-feira (5), o dólar opera em alta, de olho no predomínio da cautela no exterior, em meio às preocupações sobre a economia norte-americana e a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
No Brasil, as atenções se voltam para intenções do governo eleito de fatiar a proposta de reforma da Previdência.
Às 12h51, a moeda norte-americana avançava 0,54%, vendida a R$ 3,8785, após cair mais cedo. Na máxima do dia até o momento, o dólar foi a R$ 3,8690. Na mínima do dia, a R$ 3,8349.
Internamente, os investidores acompanhavam as negociações políticas um dia depois de novo adiamento da votação do projeto de lei da cessão onerosa, que pode, inclusive, ficar apenas para 2019.
O fatiamento da reforma da Previdência admitido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro também gerava desconfiança dos investidores.
Bolsonaro disse em entrevista coletiva nesta terça (4) que pode fatiar o envio da reforma previdenciária, contemplando, inicialmente, mudanças nas regras para o setor público e estabelecendo uma idade mínima para o recebimento de benefícios, com idades diferentes para a aposentadoria de homens e mulheres.