25 de abril de 2024
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Síndrome do “Olho Vermelho” saiba como identificar e tratar

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Com as altas temperaturas os olhos também sofrem irritações, elas quase sempre passam despercebidas, mas as pessoas precisam ficar atentas aos sintomas de uma síndrome que precisa ser tratada corretamente. Olhos vermelhos, lacrimejamento, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada são os sintomas da síndrome do olho vermelho que atinge 20% dos brasileiros nas épocas mais quentes do ano, segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto.

A síndrome pode estar relacionada à conjuntivite, alergia, ceratite (inflamação da córnea) ou olho seco. O tratamento é diferente para cada uma dessas doenças, ressalta, mas 30% dos brasileiros costumam se automedicar quando têm algum problema nos olhos. O oftalmologista explica que o órgão mais afetado pelos termômetros em alta é o olho. Isso acontece por causa das mudanças de hábito, maior evaporação da lágrima, queda da imunidade e proliferação de bactérias.

Síndrome é maior entre crianças

Queiroz Neto afirma que os olhos das crianças são os mais afetados.  "Quatro em cada 10 crianças que frequentam piscinas e praias têm a síndrome do olho vermelho" afirma. Os grandes vilões são o hábito de ficar mais tempo na água e nadar de olhos abertos sem óculos de natação. O contato da mucosa ocular com o excesso ou falta de cloro nas piscinas e com a água contaminada do mar pode causar  alergia ocular, ceratite, conjuntivite viral ou bacteriana.  O Estudo Multicêntrico Internacional de Asma e Alergias na Infância (ISAAC) demonstra que 20% da população brasileira têm algum tipo de alergia e seis em cada 10 alérgicos manifestam o problema nos olhos. "Os sintomas da alergia ocular, da ceratite e da conjuntivite viral são idênticos – olhos vermelhos, coceira, fotofobia e visão borrada" elenca o especialista.  Mas os tratamentos são diferentes. A alergia ocular, ressalta,  é tratada com colírio anti-histamínico e compressas frias. A ceratite e a conjuntivite viral   com colírio anti-inflamatório e compressas frias. Já a conjuntivite bacteriana provoca uma secreção amarelada e o tratamento é feito com colírio, antibiótico e compresso quentes.

Riscos da automedicação

O especialista alerta para o risco da  conjuntivite mal tratada reincidir de forma mais grave e predispor à  ceratite, inflamação da córnea. Já as alergias oculares podem progredir para ceratocone, doença que afina e deforma a córnea apontada pelo médico como a maior causa de transplante no país.

Lente de contato é o grande vilão entre adultos

Se entre crianças os maiores vilões no calor são a água do mar e piscina, entre adultos é o abuso de lentes de contato, ar condicionado  e as viagens aéreas longas. Isso porque, explica, este três fatores aumentam o risco de olho seco e ceratite.

O uso de lentes de contato por muito tempo, o excesso de ar condicionado que retira a umidade do ar e viagens aéreas longas podem ressecar  a lágrima e diminuir a oxigenação da córnea

A córnea, explica,  tem a função de proteger o olho e absorve o oxigênio de que precisa diretamente do ar, não da corrente sanguínea como as demais estruturas do nosso corpo. Por isso, a  má oxigenação acarreta sua inflamação, facilita a contaminação por bactérias e a formação de úlceras. A recomendação do médico é retirar as lentes de contato nas viagens aéreas com mais de 3 horas de duração porque o ar é mais rarefeito dentro dos aviões, evitar o abuso de ar condicionado e proteger os olhos com lágrima artificial sem conservante.