“Ele batia muito em mim e me xingava de tudo quanto era nome. Virava e mexia ele pegava a faca para tentar me matar, eu saia correndo e ele atrás. Quando ele não pegava faca, era tijolo”. Este é o relato de uma diarista de 26 anos, que já foi agredida diversas vezes pelo seu ex-marido, que atualmente está preso. Mesmo assim, o medo por parte dela continua. De dentro da Phac (Penitenciária Harry Amorim Costa) em Dourados, ele envia diversas cartas ameaçando-a de morte. Para preservá-la a chamaremos de 'Márcia da Silva'. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil, e em Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, são registrados em média quatro ocorrências de violências domésticas dia, segundo dados da Delegacia da Mulher. Apesar das agressões, a história dela começou bem. Durante sete anos viveu com o marido na mais perfeita harmonia e tiveram cinco filhos - nos 10 anos em que passaram juntos -, contudo depois que ele começou a beber e se envolveu com a comercialização de drogas o conto de fadas se transformou em filme de terror. Em uma de suas gravidez, ele a agrediu e deu chutes em sua barriga, porém a vítima conseguiu se virar e preservar o feto. Na época, o marido ficou preso por quatro meses e depois de liberto. Márcia o aceitou novamente. Ficaram um tempo sem brigar, mas depois começou tudo de novo, inclusive com a venda de entorpecentes. A situação mais grave que ela passou dentro de sua casa foi quando o marido tentou matá-la a facadas: "Ele chegou em casa e começou a me xingar, eu fui sair, quando peguei na porta para abrir ele veio com a faca nas minhas costas, aí eu vi a sombra da faca vindo, fui para cima dele e o derrubei. Daí ele veio de novo com a faca para me furar, aí eu peguei a faca com a mão e decepou um dedo. Quando eu vi que ele queria me matar mesmo eu me joguei em cima do sofá, joguei os pés nele. Ele caiu, levantou e veio com a faca de novo para cima de mim, eu grudei na faca e consegui quebrar foi onde ele cortou outro dedo também. Ficaram dois dedos caídos. Ele achou que tinha me matado, porque tinha sangue na casa inteira, aí ele pegou a moto e saiu (sic)". Dourados News