26 de abril de 2024
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Índios protestam hoje pela morte de Oziel ainda sem solução

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Cerca de 500 índios da etnia Terena devem participar das manifestações hoje na superintendência da Polícia Federal em Campo Grande. O ato está marcado para iniciar às 13 horas, depois, vão percorrer boa parte da Avenida Afonso Pena, principal via comercial da cidade. Integrantes dos movimentos sociais e dos direitos humanos devem participar da mobilização que pede por justiça a morte de Oziel Gabriel, morto no dia 30 de maio de 2013 na fazenda Buriti. “Até agora o crime continua impune. As autoridades não estão preocupadas em apontar culpados”, relata ao Regiaonews um irmão do Terena, que classifica de vergonhoso os laudos periciais apresentados até aqui. Os índios culpam a Polícia Federal pela morte de Oziel, atingido por disparo de arma de fogo em confronto com os policiais. O laudo pericial, elaborado por peritos da PF de Brasília (DF), que apontaria com exatidão de onde partiu o tiro que matou o indígena, divulgado em agosto do ano passado foi inconclusivo. “Não foi possível apontar qual o calibre que matou o indígena. O projétil não ficou no corpo e não foi possível obter informações do calibre”, afirmou o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Edgar Paulo Marcon na época. No dia 30 de abril, venceu o prazo do acordo entre índios e Ministério da Justiça para a compra das terras que compõem a Reserva. Na última visita do assessor do Ministério da Justiça, Marcelo Veiga, a Mato Grosso do Sul, em fevereiro, uma nova data para a resolução dos problemas foi definida para 30 de junho, no entanto, os índios não aceitaram a extensão do prazo e prometem novas retomadas na área de conflito a qualquer momento. Entre os dias 7 e 8 de maio, alheios aos números e trâmites entre produtores, governo e ministério, os indígenas realizaram Assembleia Terena em Miranda, distante 201 quilômetros de Campo Grande. No ato, houve bloqueio da BR-262 por duas horas e meia, como forma de repudio a audiência pública para discutir a PEC 215 que muda as regras das demarcações, na Assembleia Legislativa. Região News