26 de abril de 2024
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Na Cumbuca

Justiça barra negócio da “família unida” com dinheiro publico em Corumbá

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Aberta por José Batista Aguillera Iunes e Amanda Cristiane Balancieri Iunes, a empresa Citolab Laboratório Clínico funcionou até 2017 com esse nome de fantasia. Seus donos, um irmão e a esposa do prefeito Marcelo Iunes (PSDB), resolveram no entanto recompor a razão social e o nome do empreendimento, registrado como prestador de  serviços de exames laboratoriais, como biópsias, glicemia, ácido úrico e colesterol.

Amanda saiu da sociedade e José Batista ficou como proprietário único da JBA Iunes, enquanto a ex-sócia passou a ocupar-se das funções publicas, nomeada pelo marido para comandar a Secretaria Especial de

Cidadania e Direitos Humanos. Na prefeitura foram instalados ainda em cargos publicos de escalão superior outros membros da família, entre os quais outro irmão de Marcelo Iunes.

Em 2018, a Prefeitura celebrou sem licitação um contrato com a JBA Iunes com valores que, repicados por aditivo, somam R$ 982 mil. Este valor, pago de 2017 a 2019, é o custo de um dos contratos sob suspeita

Antes de virar prefeito, Marcelo Iunes mantinha o nome em fachada de laboratório em nome da esposa e do irmão (Foto: Arquivo)

que a gestão de Marcelo Iunes vem fazendo às custas do dinheiro do contribuinte corumbaense e não foi a primeira vez sem licitação. Porém o que mais chamou a atenção foi a desfaçatez do gestor que premiou um familiar consanguíneo direto e de primeiro grau com uma premiada e milionária planilha de desembolsos.

Além das denúncias da imprensa e de vários setores, uma ação popular foi confiada ao Tribunal de Justiça. O desembargador Marcos José de Brito Rodrigues atendeu o pedido e determinou a imediata suspensão do contrato 018/2019, incluídos os aditivos. E sentenciou ainda que o prefeito, como ordenador das despesas publicas do Executivo, se abstenha de de fazer novos pagamentos à empresa do irmão enquanto o recurso de José Batista estiver sob tramitação na 1ª Câmara Cível. Pré-candidato à reeleição, Marcelo Iunes já desfiou as mais esfarrapadas justificativas, mas sem conseguir convencer a população e

nem o Judiciário de que dispensou a licitação porque encontrou no objetivo contratual os itens que comprovavam ser necessária a aplicação dos dispositivos legais de inexigibilidade.  Assim, a coleção de desmandos e suspeitas já forma um contexto que emporcalha a gestão do prefeito tucano da cidade branca e envergonha os corumbaenses.